sábado, 29 de janeiro de 2011

You told us...you weren't afraid to die

Já não sei o que esperar. E as palavras deixaram de fazer sentido na sua forma escrita.
Tenho mais medo da rotina, do morno, da preguiça, da falta de tudo, do que da morte. Que chegue depressa 2012 se isso significar o fim disto tudo...mas não deve ser. O ser humano falha sempre nas previsões que faz. Só queria que me matassem, para deixar de ser isto, e de viver isto, para ser só uma recordação; não quero mais nada se não isto.
Porque era suposto sentir:
"This world can turn me down but I
Won't turn away
And I won't duck and run, cause
I'm not built that way
When everything is gone there is
Nothing there to fear
This world cannot bring me down
No cause I'm already here..." (3DD)
Quando na verdade sinto:
"I'm too tired to fight
i'm just going to lay right here
but im too angry to sleep
...
i'm not at home with myself
...
i'm too scared to live
i love you so much
that i'm going to let you kill me..." (FATM)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Morte viva

Deixei-te cair em queda livre...mas nunca sentiste
O chão onde caíste. Talvez ainda te pareça
Que cais...numa queda sem fim.
Não tenhas medo...
Arrasto a razão como se fosse uma pedra
Enormemente pesada;
Mas puxo-a faminto, sedento,
Como se fosse aquela manta
Que a criança puxa porque não consegue dormir sem ela.
Não consegues viver sem aquilo que mais
Queres
Nem sem aquilo que apenas precisas,
Sem questionar, sem criticar...
És o sol mais quente e mais luminoso
Apenas inerte na escuridão...
Deixa-os vir...que abram as suas asas
Que toquem as suas sensíveis harmonias
Que cantem as suas calmas poesias,
Que me recebam como um velho amigo
Perdido há muito tempo.
Tu só fazes...
Tu não fazes o que por ti deves.
Já nos cansámos deste mundo,
Tentem sentir o coração, e não mentir,
Agora que a vida é mais um dia
(sem nós).

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sounds great



Colocando a razão de lado; colocando a iluminação noutro patamar, e deixando de lado talvez as únicas espirais que realmente importam...Não deixa de ser belo, nem que por momentos, dizer estas coisas:

I've been alone with you
Inside my mind
And in my dreams I've kissed your lips
A thousand times
I sometimes see you
Pass outside my door
Hello!
Is it me you're looking for?
I can see it in your eyes
I can see it in your smile
You're all I've ever wanted
And my arms are open wide
Because you know just what to say
And you know just what to do
And I want to tell you so much
I love you

I long to see the sunlight in your hair
And tell you time and time again
How much I care
Sometimes I feel my heart will overflow
Hello!
I've just got to let you know
Because I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely?
Or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying I love you

Is it me you're looking for?
Because I wonder where you are
And I wonder what you do
Are you somewhere feeling lonely?
Or is someone loving you?
Tell me how to win your heart
For I haven't got a clue
But let me start by saying I love you

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Born in blood


Pain...
...Agony...
Suffering...


(Título baseado na série Dexter, palavras iniciais da introdução do Cataclysm(WoW))

"Why me Gabriel? Haven't I prayed enough? (...) Haven't I went to church enough?(...)"
"Because you smoke 30 cigarrettes every day since you had 15 years old..."
(Constantine)

"I have to live vicariously
through your life." (TUT)

Saía em 17 de Abril de 2006 a melhor música do CD 10 000 Days, música intensamente forte que jamais até hoje teve outra que se lhe igualasse neste ramo. Esta música e canção reflectem de forma soberba este sentimento, esta necessidade, esta sede, que todo o ser humano, de forma consciente ou não, vive e vibra com a tragédia alheia. Eu apenas admito, nem sequer tento colocar em questão essa verdade...(Why can't we just admit it?!)

(nota final antes do ínicio: este texto anda a remoer-se dentro de mim há três dias. Hoje levantei-me, e coloquei mãos à obra. E não me recordo, em todos os meus textos até hoje, de ter tido tanto trabalho na sua elaboração, e na sua pesquisa. A realidade é que o texto foi apagado na sua totalidade. Uma das últimas frases que disse no dia 31 de Dezembro de 2010 foi: este foi o pior ano da minha vida, que chegue 2011 depressa. As coisas não estão a melhorar em nada...E um texto, para quem sabe a sensação de o perder, nunca volta a ser igual ao anterior. Portanto, numa onda de positivismo (à qual me tornei céptico) vou pensar: se as coisas por alguma razão não deram; se perderam; se afastaram, a única razão é que para a próxima vai sair melhor. Óptimo.)

Dedicado a todas as pessoas que foram, são ou serão vítimas de catástrofes naturais ou humanas...Pessoas que sem qualquer culpa, de razão humana, pagaram um preço demasiado alto.

Esta cor está na História do mundo desde sempre,
Desde a primeira vez que o Homem feriu
ou que se feriu; desde a sua primeira morte,
desde a sua primeira caçada, desde a sua primeira
refeição...É esta cor vermelha que corre em mim
e que corre dentro de cada Homem.
É esta a cor que acompanha o Homem em toda a sua História;
desde as conquistas, às invasões, às guerras.
Sem ela o Homem não vive, apesar de ser com ela
que acaba por morrer.
Podem-me chamar monstro,
(eu não me importo...até sou capaz de ter em conta
como o maior elogio)
mas depois das linhas que se seguem
(e de muitas outras que já ficaram marcadas para trás)
perguntarei: afinal quem é o monstro?
E mesmo continuando a ser, existem bem piores.

Por onde conseguiria eu começar? Por onde?
Alguém sabe?
Poderá ter começado na primeira raiva sentida,
no sentido de defesa, mas o resto é fácil de descortinar...
As conquistas de pequenos territórios, de cidades,
de países...todas as revoluções mundiais, também elas
estão banhadas em sangue...
A Igreja...Essa dita Igreja, dita como Deus na terra...
"Não matarás..." e no entanto alguém saberá ao certo
o imenso número de mortes?
Pessoas inocentes que não quiseram ser cegas
como vós pagaram um preço caro...Pessoas que pensavam
muito acima do vosso limiar de inteligência
foram perseguidas, queimadas, torturadas...
Santa Inquisição...não. Todos vós representam
a cegueira e falta de amor na terra. Não se intitulem.
Este foi dos maiores rasto de sangue da História
(de culpa somente humana).
Mas outras religiões também fizeram (e ainda fazem) escorrer
muito sangue...Guerras e conflitos que ainda existem
que causam mortos diariamente, guerras e conflitos
que já nem vós sabeis a verdadeira razão de estar a ainda a
ser lutado...
Morrem muitos, mais inocentes que culpados.
Todos os dias estão pessoas a viver a sua vida
a sua vida neste mundo;
num segundo estão vivas, perdidas num pensamento ou gesto ou fala,
e no segundo seguinte: estão mortas...
Alguém ou alguns lembraram-se de se suicidar
e na ida para o outro mundo
de forma cobarde
quiseram levar outros tantos...que nem sequer pediram para ir.
(Às vezes queriam viver noutro mundo; um mundo sem vós.)
São todas estas guerras, e Guerras, que matam tudo o que lhes
aparece à frente...tudo. Não interessa se a razão é útil e verdadeira
se é fraca e incoerente, ou se existe até razão...o ser humano
de várias hipóteses escolhe sempre a sanguinária.
Passados tantos séculos na História do ser humano
e ainda é hoje a força que comanda as acções
como era no início. Como se não tivesse existido
qualquer evolução...
Alguns não encontram genialidade na loucura,
mas ela existe, nas coisas mais belas
e nas acções mais macabras da História...
Desde a procura pela submissão inicial dos povos
(racismo, escravatura)
até aos maiores e mesmo ao mais pequenos ditadores...
Tanto sofrimento, físico e mental, tanta morte...
As ditaduras de maior força
como foram exemplo a chinesa, italiana, russa
espanhola deixaram tanto sangue correr
que ainda hoje são estudadas...e lembradas.
Mas o pior massacre feito pelo Homem
(ao lado talvez da Inquisição)
foi essa mesma cegueira, apesar de não religiosa,
levada à acção por Hitler...
Hitler, esse génio enorme que se dedicou à maldade.
Deus da sua própria religião conseguiu o que mais ninguém
até hoje conseguiu...Fazer sangrar vários países,
diferentes continentes, e ser absoluto culpado de uma Guerra Mundial.
Holocausto.
Sho'ah.
Os mortos, que lutaram a defender fosse o que fosse,
dos vários países ultrapassam treze mil milhões;
e os inocentes que morreram, desses mesmos países que defendiam
fosse o que fosse
é um número tão arrepiante e impossível de perceber como o
dos que lutaram...
E numa escala bem menos monstruosa
mas de grau bem mais cobarde dos ditos
senhores do mundo (em termos instantâneos)
são os casos, e até agora únicos
(até o ser humano resolver outra vez
brincar com caixas de Pandora
que ele julga poder controlar)
casos de bombas atómicas
nas cidades de
Hiroshima:
duzento e quarenta mil mortos...
E de Nagasaki:
noventa mil mortos...
Alguns sofrendo a morte de um segundo para o outro
outros morrendo durante o sofrimento causado
por danos físicos exteriores ou interiores...
Quem é o monstro afinal?
Mas existem muitas mais histórias...muitas,
todas elas com uma participação bem marcada
na História...

Devemos fazer apenas uma coisa:
deixar a Natureza fazer o que tem de fazer...
(Mas: evitar sofrer com ela...
E, o mais importante: não a prejudicarmos ou tentar
controlar...)

Era uma vez um Poder tão grande
que assombra o ser humano desde a sua existência...
Apesar de esta força ter chegado antes da vida humana
a realidade é que se tem vindo a tornar mais fatal
e cada vez maior com o passar dos tempos.
Esta é talvez uma caixa de Pandora que sempre esteve aberta
e que nunca poderá ser fechada...cabe ao Homem não estar
constantemente a espreitar para dentro dela
ou tentar alterá-la.
Ciclones, chuvas intensas que levam a cheias,
vulcões, tempestades, Tsunami, terramotos,
Se esta foi a forma de Deus fazer-nos temer
algo que não de todo no nosso controlo: então
foi perfeito.
Todos os dias sofrem pessoas dívido à mãe Natureza,
em todo o lado deste globo, onde há frio, onde há calor,
onde parece existir perigo próximo
ou parece estar a paz do momento...depressa
tudo
muda
e muda
para pior...
A marca que a Natureza deixa no mundo
através destes actos é profunda...Se é destino,
se é vingança em forma de Carma por tudo o que temos causado nela,
não sei, mas estas forças demolidoras que atacam tanto em silêncio
como num barulho de destruição
fazem parte da vida deste mundo, para sempre...
Lisboa sofreu o seu grande terramoto acompanhado
de ondas gigantes,
Mas as verdadeiras ondas chegaram a Sumatra...
e desta vez acompanhamos com os nossos olhos
a destruição...mais de quatrocentos mil mortos...
Depois vieram os tambores da morte que abanaram o Haiti...
Falava-se em duzentos mil mortos; agora já pássamos os trezentos...
A História está banhada de sangue
tanto devido ao Homem
como da Natureza.
Não faltam exemplos com os quais deveriamos aprender...
Seja para ganhar força e sabedoria
quer apenas para ganhar coração e juízo.
Por fim, o massacre natural que mais matou,
deu-se por duas vezes no rio chinês
(ao qual o seu povo apelidou de "Dor da China")...
Cheias:
de uma primeira vez os mortos foram novecentos mil
e na segunda vez estima-se um número
algo parecido com três milhões de mortos...

(Deus?)
(Homem?)

Nasci no sangue...Nasci no sangue simbólico
no sangue poético que este mundo teve
a delicadeza de deixar para o meu nascimento...
Nasci no sangue que vejo, mesmo que muito ao de longe,
ser derramado.
Nasci no sangue por respeito a quem nasce literalmente
no sangue...

sábado, 15 de janeiro de 2011

O mundo não pára. Em uma semana, num grupo bastante restrito, três novos casais. É de sorrir sim. E é de aproveitar a eficácia feliz, e de felicidade, dos outros.

Congrats.

Nightmare before life

(Depois do dia que passou...Queria abordar vários ângulos da realidade. No entanto, para não cometer um erro no qual erro sempre, vamos dividir as coisas. E escrever cada uma no seu lugar; tenho a vontade constante de encaixar tudo, mesmo onde talvez (e em alguns casos: com toda a certeza) não haja encaixe. Portanto...Para começar vai este. Depois o resto. Boa leitura.)

Nem sequer devia ter começado...
Nem sequer me deviam ter deixado acabar assim,
(Não desta forma)
Enquanto caminhava nesta estrada de Benfica
sobre um nevoeiro medonho e triste que nunca mais abandona
esta cidade, noutros tempos bela,
Mastiguei angústia. O grave foi não a ter conseguido cuspir.
É nestas alturas que me agarro ao passado,
e enquanto alguns com uma força grandiosa tentam travar um
futuro que não lhes agrada
e enquanto outros tentam apagar um passado
é com essa mesma força que tento matar um presente,
Mas a tarefa é mais difícil do que pensava...
Queria voltar a poder dar tudo o que tenho dentro de mim
sem medo de viver,
e como em outros tempos, onde a vida parecia da cor mais bela e pura
que tento oferecer aos outros,
voltar a conquista-la e vive-la sem medo de perder.
Não me digam o que não sentir;
mas também não me digam mais nada. O que vale a pena,
como essa correria constante de agarrar algo que é mais rápido que
nós, essa vontade louca de conseguir agarrar, como tão alegremente
cantam aos velhos e bons ventos
com essa esperança reacendida...Acreditam mesmo nisso?
A esperança é a primeira a morrer.
Uma epifania restaura-me um sentido. Mas mais nada do que isso. Resta-me?
Sobra-me? BASTA-ME? Basta a quem?!
Roubem-me, roubem-me por completo,
deixem-me nu...
(Nunca esperes pela morte...De maneira nenhuma!)
O Karma, ou o destino, ou o Deus que comanda,
fizeram com que ficasse quase céptico, obrigado a louvar
quase numa blasfémia, onde estás?
Funciona tudo de uma maneira hipócrita...Dar ou não dar,
fazer o melhor ou não fazer...Areia para os olhos...Engana-se
quem espera uma recompensa qualquer
mesmo não agindo melhor para a receber...Porque não será assim.
Como da minha própria poeira. Um dia, se lá chegar, terei tempo
para me arrepender do que digo...mas por agora, neste momento,
só desejo escrever, porque não deixo de pensar
e pensar e pensar mais um pouco...Odeio. Queria odiar mais
mas não devo.
Hoje caminhei...e por momentos, julguei-me a caminhar sozinho,
sem ninguém dentro de mim, sem centelha de qualquer matéria, ou alma.
Eu, eu e o frio e um rastro de fumo que saía da minha boca.
O cancro cheira a restos de cinza de cigarros acumulados
com um pouco de água da chuva, dentro de um cinzeiro, que captou
o ambiente à sua volta.
Tudo tem o seu tempo. Este é o tempo me segurar a uma corda
que desce de alguém que ainda não conheço bem, que nem sequer conheço,
ou que conheço mas que se esconde,
em que a minha outra mão agarra uma bagagem só minha...
Não me quero despedir desta vida assim...Já disse: não desta forma;
como se fosse uma luz que alguém apagou à espera de ser acesa;
Não me digam o que sentir...
Se quiserem não sintam
ou digam-me o que não deveria sentir.
O meu ouvido atento capta de longe
as palavras mais pequenas...
Não quero a vossa ajuda
nem a pena
nem as duas quando aparecem por aparecer...Vida triste,
vida do mundo...
Enquanto a morte ceifa tantos por esse mundo fora
que nem sabem sequer o que os atingiu
eu refiro-me a mim próprio como se isso significasse algo.
Não preciso de compreensão.
Tudo o que queria
era aprovação, numa almofada,
Esta vida são vários dias...
E mesmo que isto pareça, seja o que for,
talvez não o seja de facto.
Porque eu já não sei o quero
ou o que quero deixar de querer.
Nesse espaço escondido, cravado no fundo do nosso ser,
está sempre uma voz interior, um desejo que ruge,
um sentimento concreto...As minhas dúvidas
são as mesmas que as vossas...Os meus sonhos? Iguais.
Não somos assim tão diferentes...
Alguns esperam por um milagre, outros por um quase milagre,
outros lutam por fazê-lo...
Todos os dias quando me deito, rezo
para que o dia seguinte traga aquilo que espero
ou que me abra respostas
formas de me recriar...
Todos os dias, antes de vir o sonho antes da vida que chega no dia seguinte:
peço sempre a mesma coisa.
E não importa o que deseje ou lute
nem importa o tempo e a força que aplico
porque o dia nasce
e espero que chegue mais uma noite
para voltar a pedir.
Fecho os olhos
e peço aquilo tudo que não depende de mim
e um pouco do que depende.
É isso que agora quero:
fé que mate este pesadelo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Deterioração ou combustão

Cansaram-se de encarar a fase rosada da vida,
que correndo se cansou sentando-se cansada.
A vida nunca pareceu tão complicada
como se cada recta
parece-se uma encruzilhada...

Estou demasiado cansado para enfrentar
o sonho, para ser eu próprio mais uma
e outra vez, como se a verdadeira causa
da vida fosse viver ou chegar.

Numa corda meio fina meio grossa
olho para o chão...Não vou dizer que me mentes
a menos que me mintas...Só não me roubes
o que nunca me poderás devolver.
De um lado o sol, o calor o bem estar,
e ao mesmo tempo o calor que queima, que consome;
de outro lado a lua, na escuridão da noite a dançar
bela, tentando aclarar as trevas
e ao mesmo tempo roubando o dia, castigando
a luz, até quando, até onde, é tanto nada...

Não conseguem pensar mais;
Dói-vos o estômago, sangram das gengivas,
Dói-vos o lado esquerdo ou direito do crânio,
ou será do cérebro? E um impulso eléctrico
percorre algumas articulações, outras vezes
alguns músculos...E a sede com que beijam a vida
vai e vem
com uma intensidade terrível.
Estou demasiado exausto.

Estou demasiado zangado para adormecer...
Assim não consigo.
Nunca me sentirei a salvo, não aqui,
é essa a água que nunca beberei,
afirmando de forma arrogante, seca, fria,
com um ego tão grande ou maior do que o dos outros...

Não me chames mentiroso...
Não nesta vida.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Confissões de uma jaula

"I keep it caged but i can't control it...
The beast is ugly; i feel the rage and i just can't hold it...
It's just beneath the skin
i must confess that i feel like a monster."
(Skillet - Monster)
(post 500)

Como todos vós fui aprisionado
numa jaula de porta entreaberta
como se me tratasse de um ser inanimado.
Destruído em cada articulação
consumido em cada músculo
não represento nenhum perigo,
nem para mim, nem para os outros,
(nenhum perigo eminente).
Questionei-me a cada grade
a cada fechadura e a cada tentativa de janela,
o silêncio respondeu-me de forma silenciosa.
Não me poderia sentir de outra maneira qualquer
só desta forma posso estar grato por estar vivo
neste cativeiro mal fechado,
onde as verdades estão escritas num papel
sujo e molhado, enrolado ao canto deste local.
Não o leio há muito tempo...
Não receio a hora de sair daqui
nem de aqui ficar eternamente;
São escolhas, são vontades, são silêncios;
é hora de meditar. Está escuro apesar
de tanta luz; o sonho seduz mas o pesadelo
acorda cada um de vós.
Tentei perguntar se a dor era uma ilusão
ou se era a única coisa real,
uma confusão de identidades caiu sobre o mundo:
e a pergunta ficou sem resposta.
O segredo está bem guardado...
Fecho a porta, já não está mais nas minhas mãos
controlar as amarras deste monstro;
A chave está agora nas vossas mãos...
Soltem-me se o anoitecer vier
ou se o amor ganhar ao ódio.
Mas não me soltem em vão
se não culpar-vos-rei de toda
e qualquer
devastação.

Black Rainbow


(Uma tentativa de arte sem coincidência completa com a realidade) (post 499)

Queria morrer mas não consigo.
Sussurra o anjo: A vida é um pequeno momento que a morte nos concede....Grito-me: A melhor coisa da vida é a morte.
Sou dispensável, como qualquer criatura de Deus. Já ambicionei valer mais; mas desisti. E agora, perante o conforto desta paz morta, onde o sono permite-me viver as melhores horas do dia, não porque sonho (pelo contrário), não porque descanso, mas apenas porque não estou em pé ou sentado ou deitado a viver destas formas, aceito apenas ser aquilo que penso ser objectivos básicos de qualquer ser humano...(Eu sei, um desses objectivos devia ser ambicionar mais em várias ou todas as vertentes...Sem dúvida. Lutem por ele então, só vos fará bem). É tudo exagero, é tudo metáforas. As palavras não saem...e acabo por não perceber porquê. Serão as palavras mais do que suficientes ou insuficientes para exprimir-me? Sufocarei, ou respirarei melhor no silêncio? Tantas vezes nesta vida fiz por lutar em não desistir, por tantas vezes tentei que lutassem por não desistir...mas só agora encontro a verdadeira calma de estar ao vosso lado...E confesso, que é bem melhor lutar por desistir sempre. Só agora vos compreendo. Peço desculpa por todo o incómodo de vos fazer tentar lutar, fosse no que fosse. Na desistência está a paz, a felicidade. Então porque não me sinto feliz?, Com a paz mundial dentro de mim?
Nada disto é iluminação. Nada disto é compreensão. Nada disto é aprovação. Nada disto faz continuar nada...é como se o infinito me revoltasse mais do que o habitual. Nada é nunca aquilo que parece. E as preces são tão pesadas que nem sequer chegam onde deveriam chegar. Pela primeira vez na vida posso dizer, quase com alguma satisfação: isto é tão complicado...Queriam-me complicado? Podem agora ficar felizes. A simplicidade de tudo acabou. Está tudo perdido nesse esquecimento ainda quente. Eu sou o reflexo triste daqueles que me fizeram nascer. Eu sou as horas cinzentas de quem sofre. Eu sou um arco-íris negro. Continuo a fazer o que sempre fiz, e tento fazer tudo isso cada vez melhor, mas sem qualquer réstia de cor. E o preto não deveria ser uma cor, uma cor usada, uma cor sentida, uma cor interior. Mas é. Não sou paz, nem tão pouco sou amor. Existe cura, existe alternativa, e a seu tempo, se esse tempo existir, tudo voltará a encaixar no local correcto. Talvez. Porque a vida é assim mesmo: tudo menos uma utopia; dizem-me que é feita de momentos bons e maus...pois então eu resumo isso mesmo. Depois existem os momentos que várias coisas ou acontecimentos bons se dão, sabe tão bem, e parece quase impossível, mas sabe tão bem...Tantas coisas boas parecem uma prenda divina. Depois existem os momentos em que tudo o que é mau acontece, de forma azaradamente coordenada, pronta a deixar a humanidade de rastos. Talvez a vida se resuma a isto: contrastes (pólos), e o intermédio. O muito bom, o mau, e o razoável (que costumava preferir dizer satisfatório). É tudo uma questão de leitura não é? É tudo uma questão de peso ou leveza...Perdi e ainda perco demasiado tempo a tentar não sei bem o quê. Mas também é esse o problema, não sei que outras coisas fazer, ou onde mudar. O tempo nunca parou, nem vai parar; e nestas palavras todas, onde prefiro senti-las, mesmo que muito ao de leve, mesmo que quase não sentindo, do que restringir-me ao silêncio, não tento alcançar nada mais do que solta-las. Demasiado simples para mim? Não. Mas hoje não pude fazer mais nada. E viver dos sonhos dos outros, vivendo-os como se fossem meus, continua a ser a minha maneira de viver. Que morra de vez esta luz fraca...para que venham as trevas, ou outra cor qualquer. Alguém deseja um pouco de absinto?

O desespero dos sábios

Tinha de facto algumas coisas para escrever. A maioria delas sem grande importância. E maioria delas pouco ou nada talvez tenham haver com este título. Talvez nos dias que correm, com tudo aquilo que se passa à minha e à nossa volta, este título até faça algum (ou até muito) sentido...Curiosamente, em dez minutos eficazes, nos quais me desloco à rua, esta frase apareceu no meu espírito. Curiosamente? - Perguntam vocês. Talvez não seja assim tão curiosamente. E talvez, como disse um pouco mais acima, e reforço o talvez, esta seja uma frase que encaixa perfeitamente nas nossas vidas, na minha vida, e na vida do mundo. (Mas tudo consoante um talvez.)
Perdi-me. Tem-me acontecido mais vezes do que era suposto; ou no caso de ser suposto; mais vezes do que aquilo que eu queria.
Acabei por me lembrar hoje que só uma vez, em vinte e três anos, entrei num conflito físico. Que durou uns dez segundos. Se a memória não me falha, consegui levar um soco ao de leve (desviei-me a tempo) e consegui dar um soco também ao de leve...Moral da história: lamento até hoje só ter tido uma vez necessidade de recorrer à "violência" e que esse momento tenha durado tão pouco.
Perdi-me outra vez.
Ultimamente tenho escrito frases que as pessoas até gostam. Não sei se por serem belas, úteis, ou uma mistura agradável das duas. Acabam por ser frases que nasceram dentro de um texto qualquer, e que depois, à sua maneira, ganharam autonomia. No entanto houve uma excepção à regra: ás vezes esperar não é perder tempo, ás vezes perder tempo não é em vão. Aliás, escrevia na altura para mim próprio; sem ideia de beleza, apenas na tentativa de criar algo útil. Mas depressa se mostrou quase vazia...e tudo o que espero dela agora é que seja útil para outros, e se possível, mais do que foi para mim.
Nunca tive muito jeito para conversas de café...e se alguém já esteve comigo sentado ou sentada num café poderá comprovar isso mesmo. Eu preciso de algo diferente para fluir...e as palavras acabam por sair de todas as formas possíveis, menos num café. É uma coisa minha, e minha só talvez. Seja como for, chegámos à conclusão, que existem três tipos de pessoas, em relação a uma das variantes da alma: a) as pessoas que não sabem o que querem; b) as pessoas que sabem o que querem mas que não conseguem; e por último c) as pessoas que sabem o que querem e que conseguem obter. Eu, sem qualquer sombra dúvida, pertenço ao grupo b). E conheço alguém que está nos três grupos ao mesmo tempo...mas com um grande excesso de inércia. Logo não me preocupa tanto.
Este texto começa a fazer menos sentido agora que está a ganhar corpo do que quando era apenas frases soltas sem corpo...Algo que é deveras péssimo. Seja como for, já é tarde. E não quero ficar por aqui muito mais tempo.
Por muito imbecil que possa parecer, existem coisas que ficaram por falar, outras foram faladas sem sequer ser preciso, mas o grande objectivo disto, foi tentar arranjar um texto para colocar aquela frase, que nasceu sozinha...Agora estou livre, pelo menos nesse ponto. Fim.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Realise

-É isso? É só isso que tens a dizer?
-O que queres que eu te diga?
-(Que me amas) A verdade é mesmo feia e assustadora não é?
-É isso que te tenho tentado mostrar...(Eu amo-te).
Viram as costas, afastam-se...as cortinas fecham-se, sem demonstrar o sentimento de arrependimento, frustração, e negridão das personagens que se afastam. O afastamento da claridade.

(Achei que fazia sentido acrescentar: baseado em várias histórias verídicas e em uma fictícia. O autor.)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

The Nobodies

És o retorno. O assombro de uma sombra,
um trono sem rei, um trono sem liderança
sem razão de conquistar.
Não és ninguém
por muito que queiras ser.
Estás perdido.
Não vagueias num espaço infinito
estás preso a um lugar exacto
tão bem protegido
como se guardasse um artefacto.
Não queres sequer que te falem de amor,
Que sabem eles? O que pensam eles saber?
Nada. Eles não sabem nada. Nunca amaram.
Nunca sentiram o sentimento mais extremo.
Porque julgam então saber? E porque fingem saber
e espalha-lo como se fosse assim tão leve
e fútil? Não te sei responder.
És tão pequeno nas grandezas dos outros;
quase não existes,
Não fugiste, apenas não ficaste,
e caminhaste cuspindo lágrimas tristes...
Porque ainda respiras?
Porque ainda não estás morto.
Ainda...
Não és ninguém.
Não fazes nada que seja digno de ser contemplado
ou sentido,
Na tua imaginação tens a esperança
de já teres nascido amaldiçoado,
marcado desde o Início, para nunca seres ninguém...
Eu sei, também queria estar contigo,
dizer-te que tudo vai ficar bem,
e não só dizer; fazer com que tudo fique bem.
Mas não estou. Tens de sobreviver sozinho.
Mas não queres. Não consegues.
Pois venha então a morte, que te ceife de forma
exacta, como se fosses um guerreiro
portador de honra;
Que a vida se lamente agora, num grito
comprido, arrepiante,
capaz de causar terror à sombra.
Miserável solidão sem misericórdia...
Não olhes para o chão.
Nem agora, nem nunca mais...

Daqui passarás para nunca mais seres igual;
Agradece aos Céus, agradece aos teus;
é a tua vez.
É a vez de seres tu
mesmo que te digam:
és ninguém.
Porque um corpo só repousa
morto
quando deixa de lutar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Desde ontem

"Yesterday was a million years ago...
Now I found you, it's almost too late...
And I'm a black rainbow." (MM)

Passa o tempo, tão depressa, tão devagar,
Passa através de cinzas de um cigarro
meio acabado a voar ao vento.
Interessa pouco a sabedoria
e alegria que se pensa ganhar através do conhecimento.
Quando se olha para trás
a pintura está alterada, sofreu com a chuva,
sofreu com as humanas lágrimas,
Sofreu com a vida. E a vida são páginas...
Um sentimento esmagador mostra-me
que existem coisas que nunca mudarão.
Um sentimento de leveza acorda-me,
continuam a existir coisas que nunca
saíram da mesma posição.

Às vezes queremos tanto acreditar que tudo
isto não passa de um sonho, só para podermos sonhar
um pouco mais...e ficar nesse deleite de cores,
a sorrir...Trancados numa realidade fechada
que não é mais, que não é melhor,
que não é sonho tornado realidade
porque não queremos...
É esse medo constante de sermos felizes.
De ser.
De fazer.
De lutar um pouco mais por algo
que vale muito.

A iluminação nasce com o ser humano...
Pode ser apagada, reacendida, destruída.
Não me queria agarrar a tudo o que quero,
Mas todos nós deveríamos agarrar a tudo
o que queremos.
Ainda chegará o dia em que alguém me diz aquilo
que eu quero e que preciso de ouvir na mesma frase...
Quem não quer? Quem não deseja?

A força não é assim tão pouca...
Nem a vontade; nem o desejo...
Sou a personificação da decadência.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Outra desconversa conversada

(A reflectir anteriormente: http://versologista.blogspot.com/2010/12/desconversa-em-dia.html & http://versologista.blogspot.com/2010/12/conversa-em-dia.html)

Todas as pessoas me dão motivo de reflexão. A maioria sem querer. A maioria nos seus actos. Alguns, na maioria são estes os meus favoritos, falando positivamente, através das palavras.

X: "Pode não ajudar muito, mas lamento bastante. E pode também não ajudar muito mas acho que não foste a única a "perder"...
(Os vencidos da vida?)
(Um Ano bem melhor para ti!)"

Y: "PS: Eu também lamento. Mas perdi a luta, a verdade é essa. Um ano depois, olho para trás e vejo uma confusão de coisas, tão boas quanto más. Tantos risos quanto lágrimas. E, no fim, ficou tudo na mesma. Nada mudou. Há que aceitar as coisas como são, por mais que custe... Espero que consigas lidar com a tua "perda". Eu vou tentar fazer o mesmo. A pouco e pouco, passo a passo, lá chegaremos. Vais ver! :) Vencidos? Não! Vivendo e aprendendo, isso sim. Bom Ano 2011... Mereces!"

Faço minhas as vossas palavras escritas. Em parte. Em grande parte. No entanto o quero de facto escrever, consciente que é uma verdade em nada tranquila, onde só me apetece tentar chorar cada vez com mais força, é o seguinte:
(E julgo que todos vós querem isto)

Ainda chegará o dia em que alguém me diz aquilo que eu quero e que preciso de ouvir na mesma frase...

sábado, 1 de janeiro de 2011

Apetece-me acordar (em) 2011...

(Primeiro texto de 2011...)
(http://apologiadomonstro.blogspot.com/2011/01/apetece-me-adormecer-em-2011.html)

Chegou mais um ano. Dizem que é novo. Que se deitou fora o velho. Dizem que tudo será diferente. Que tudo acontecerá desta vez...
Podemos ser honestos por um momento? (Muito obrigado.)
Nada mudou. Nada.
A única coisa que realmente muda é aquela parte da data que foi igual durante um ano, e muda apenas em quem a vê; na tecnologia de casa, nos transportes, na tecnologia fora de casa, nos alunos que ainda escrevem as lições e o sumário e a data. De resto? Está tudo igual. O que muda é uma data que se manterá agora por um ano até que mude novamente.
De resto está tudo no mesmo lugar. A passagem de ano serve para festejar, ainda não percebi bem o quê, para se estar com quem se gosta, etc., e tudo isto parece...para mim, suficiente. Porque tudo o resto, o resto de tudo, fica na mesma. Queriam a verdade? Hei-la. Se não a queriam, podem voltar à vossa vida, porque tudo o que quero é tentar acordar (em) 2011.
Terei tempo para dormir, no outro texto que escrevi, agora é hora de acordar. E acordar é mais doloroso do que adormecer. Porque na vida os sonhos escasseiam, e podemos tentar muito tempo para às vezes nem os termos. Enquanto dormimos, os sonhos aparecem com uma facilidade tremenda. Na vida os pesadelos ferem-nos, e ferem, e não podemos simplesmente acordar para depressa passar à fase do esquecimento, enquanto nos convencemos "Isto não aconteceu!"; aqui os pesadelos vão até ao fim, e nós estamos bem acordados. Não vamos a lado nenhum...
E os dias são todos "iguais", os dias têm todos os mesmo problemas, as mesmas resoluções (ou as suas tentativas); no entanto, a meia noite passa, salta-se, grita-se, abraça-se, beija-se, bebe-se, vê-se fogo de artificio...O primeiro nascimento do ano, a primeira morte (que ninguém conta, talvez por serem mais do que os nascimentos). As pessoas continuam a morrer à fome, de doenças que a nós, na nossa realidade, parecem doenças idiotas que por nós são facilmente curadas. Os mendigos passam frio e vêem o esbanjar do dinheiro a rebentar no céu, acompanhado de música. Idosos passam a noite sozinhos, na pesada solidão, na malvada doença, outros ainda têm a "sorte" (magoa-me utilizar este termo) de estar no hospital, e de certa forma não passam tão sozinhos...Este mundo revolta-me. E tenho de ser um pouco vicarious nisto, ver estes actos todos sem amor, compaixão, partilha e ajuda; actos desumanos, num suposto ser humano, faz-me pensar que não sou assim tão monstruoso como penso ser. Talvez até seja, mas por momento abrando-me...Que raio de mundo é este? Onde a futilidade esmaga o que é realmente importante? Onde tudo aquilo que alguns querem é o que outros deitam fora? Desperdiçam?
É isto tudo e muito mais. Por isso não fiquem espantados quando vos digo que este ano vai ser igual ou pior que os outros. É lógico que não é isto que desejo a ninguém. Apenas o sinto. Para mim vai ser igual ou pior, porque muitas destas coisas vão-se manter ou pior. Não me resta qualquer dúvida...é triste não é? Sou um vencido da vida, e ainda estou tão longe de tudo...
Tudo isto foi despoletado a partir de um bom cocktail, de várias coisas, onde a cereja no topo do bolo (para outros a gota de água) foi Jornal da Noite.
Talvez tenha sido só impressão minha, mas entre as crises, e as crises, e a crise que vem por aí, as pessoas que passam o Natal sozinhas porque foram abandonadas, a fome e a miséria; apenas um casamento de 65 anos (isto sim é amor, e é bom de tempos a tempos saber estas coisas, para contrastar com os divórcios e separações, e 'amores' que parecem paixões ou brincadeiras) e o grau de felicidade das pessoas conseguiram tentar dar cor a 2011. Sad world. Mundo triste.
Já ouvi tanta boa gente dizer que nunca desiste de nada, etcs, e coisas até boas de se ouvir, e depois nada. Tudo não passou de um grito do epiranga falso, tudo não passou de uma mentira. Pois então, para tentar ser diferente de todos vós, vou ser honesto, mesmo que triste: Hoje, perante tudo isto, perante tudo o que sou, e o que não tenho nem vou ter, por tudo o que nunca serei; só me apetece dizer "Desisto". Assim. Só isto.

Mas ainda não vou dormir. Quando for, aí sim, já terei desistido. Não falta muito.