sábado, 17 de março de 2012

o Outro deus


a felicidade acaba agora e nunca.

um machado rasga os céus,
talvez ainda seja cedo para chorar
pelas ruínas que tardam em ruir.
Esse dia em que o sol encaixa
perfeitamente na lua,
em que o ego é moldado
à força dos outros,
esmagado por um martelo
tão diferente...como se tudo isto
fosse obra das mãos de outro Homem.
Mas não há outro Homem.
Uma fonte brota os fluídos mais puros,
desde o suor ao sangue, à água,
escasseia o odor da esperança,
pela fome de um último suspiro
semeiam à pressa sentimentos em terras
áridas, em terras mais verdes,
mas a tempestade levará tudo.
É a luz, é o medo,
é a criatura mais tímida a dar
os primeiros passos,
de um lado uma espiral
do outro uma Caixa,
qual é a escolha final?
Entre ter tudo o que sempre se quis,
Ou vacilar sobre a verdadeira conquista.
Até que o tempo congele
é marcado a lâminas
uma frase na pele
que nos faça lembrar:
amar é errado caminho.
Queremos ser mais pequenos,
de alma resguardada, rosto escondido
à sombra da escuridão.
os olhos nada dizem, já se habituaram
a este ambiente.
são titãs e deuses numa luta de Eras,
com Homens a brincar
na mesma força de Deus.
Tanto engano. Tamanho engano.
Tanto empenho por nada. Que se esgote
a vida por tanto nada; que se festeje a morte,
São as nossas vidas, é a nossa vida,
é o ranger, é o rugir, da verdade que paira
à nossa volta, tudo reflexo
de um deus de dentro.

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