sexta-feira, 13 de maio de 2011
A Deus
[Praying : open my THIRD EYE! Porque dois nunca chegaram, chegam ou chegarão.]
Pelo terceiro olho
que não chegou a abrir,
mas resta um suspiro marcado na parte de dentro
do meu corpo que esperará por um outro quatro olho.
(Dedicado aos momentos agradáveis que passei nestes textos; dedicado a quem leu, e a quem comentou. Obrigado às músicas que me inspiraram nesta luta (ou nesta espera) de um terceiro olho, principalmente à obra prima (que tardou a ser reconhecida por mim) chamada Third Eye, música do albúm Ænima.)
Iludi-me...
Terei sido arrogante? Terei sido gula para
com a arrogância que transparece
sem dificuldade dos poros da nossa pele?
Não iria tão longe.
Caminhei este chão durante tanto tempo...
E a tortura de me separar dele não tem descrição;
ainda sinto o seu cheiro, e cada pedra cravada à superfície
nos meus pés...e o seu sabor...Mas não, por agora não mais.
Onde errei? Terei de facto errado?
E sim falhei, sem qualquer luz de dúvida,
errei ao acreditar. O ser humano erra sempre que acredita.
Acreditar é um tempo que morre na secura da espera.
Deixei-me levar por essa vossa esperança...a que finge
encantar, a que promete trazer tudo a todos. Humanos...
Em todos os momentos em que caminho para fora
desta criatura monstruosa sofro, e sofro cada vez mais,
sem aprender, sem conseguir aprender.
Deixei-me moldar suavemente como vidro no calor,
esquecido de como era ser-se calculista e realista...
Ali deixei-me embalar...e ignorei os momentos em que arduamente
me esculpi em gelo, frio e imutável na razão.
Terei sido arrogante em ambicionar um terceiro olho?
Não. Apenas não me deixei ser como devia...
E esqueci-me da melhor lição que tanto grito
a quem me quer ouvir, (e mesmo a quem não quer)
que a simplicidade está dentro de cada um nós...
Até ao momento em que pegamos nela
e a destruímos...alguns ainda a tentam voltar a montar,
peça a peça, com paciência, muita paciência
porque sabem da sua importância.
Mas a maioria, (e eu caí nesse erro),
contempla os cacos no chão...e a visão
é só uma: as complicações da nossa vida
cada vez maiores, cada vez mais compridas.
Ainda não foi desta que abri o terceiro olho...
Mas terei tempo, se o tempo que tenho chegar.
E tentei, mais do que aquilo que pensava conseguir,
caminhar na luz, seguir a luz, puxar a luz para mim,
mas todo este caminho, toda esta claridade
a nenhum outro lugar me levou senão às trevas.
É o preço que se paga por se negar uma verdade,
ou pelo menos por se tentar chegar mais longe.
O mal do homem é sonhar. O mal do Homem é acreditar.
E a esperança deveria ser, na maioria dos casos,
a primeira a morrer...ali desde logo estendida
sem respirar.
O triste é que poderia voltar atrás
que faria tudo igual...assim como todos vós
ainda tenho muito para aprender;
porque reajo da mesma forma que todos vós
quando alguém me desilude;
e sinto o mesmo sufoco na garganta
e no coração quando desiludo.
Procurei justifição nesta distância curta
que sempre separou dois mundos:
para que o monstro se afirmasse mais forte,
consciente que das letras vou bebendo
o que não consigo beber na vida que tenho...
Mesmo no coração menos sentido
onde a razão faz força por não ceder,
mesmo aí,
se existe algo
acaba-se sempre por quebrar essa força
indestrutível para abrir os braços a algo bem maior.
Hoje senti-me diferente
e o silêncio que me tem acompanhado como uma sombra
(mesmo sem sol no céu)
continuou...mas só. Às vezes só sentimos verdadeiramente algo
quando o resto desaparece; e percebo agora que não era só silêncio...
Havia algo mais ali, que agora desapareceu.
E sinto-me diferente
e sinto-me mal, e a vontade de um terceiro olho nascer
morreu por inteiro, como se fechassem a porta assim
que me aproximo dela ao ponto de lhe poder tocar.
Sinto-me agora desta forma,
de uma maneira até familiar, mas antiga,
onde ninguém mais me fecha, sou eu quem se decide
a fechar, soltando uma pessoa que já não era
e que não queria voltar a soltar.
A simplicidade de abrir este olho foi demasiada...
Às vezes temos de lutar...ou esperar que lutem...
E às vezes temos de esperar que a Deus seja dado tempo.
Terei sido arrogante? Terei errado?
Depende da perspectiva...
Poderão dizer que não fui monstro...
Eu...
Diria que fui humano.
http://apologiadomonstro.blogspot.com/2011/05/8760.html
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