terça-feira, 10 de maio de 2011
Dark desire
Fechando por breves momentos este terceiro olho que ainda não abriu..
"...sei que cada palavra escrita é um dardo envenenado...tem a dimensão de um tudo e todos os teus gestos são uma sinalização em direcção à morte."
"Here in the darkness I know myself. Never wanted it to be so cold. Wonder what's wrong with me."
Procuro conforto na morte,
como se de alguma forma fosse esse
o paraíso pelo qual procuram...
Não imaginam as cores possíveis
que pintam a escuridão.
É toda uma dimensão de medo
que nos espera mesmo antes de avançar.
Nunca me quis tornar gelo,
nem pedra...nessa batalha cega
acabei por ver que não mereço respirar.
É vão o sentimento de lutar um pouco mais,
Juntando peças, alimentando almas e bocas,
procurando uma solução; amando e recuando
sem conseguir preencher o vazio.
E neste eco silenciosamente drámatico
só se ouve um grito, gelado e continuado.
Alguns tentam matar a dor...Ultrapassa-la,
viver ignorando-a...sangram tudo
até que alguém se aproxime
e lhes abençoe com um torniquete.
Beijam essa ferida, ou essas feridas,
e tentam cicatrizá-las.
Aqui irá jazir ninguém...Ninguém que desistiu a tempo,
sem precisar a cada momento
de ópio, lítio ou absinto.
Quando já não se destingue o sonho
de uma lembrança, a outra parte
de um vício no amor, tudo é absolutamente branco...
E um anjo aguarda do outro lado dizendo:
Fiz tudo o que podia...
E chora-se muito, noutro lado, por não se saber a razão.
Alma erguida, sabedoria virgem, e um coração humilde
como se estivesse a começar de novo...
Não me deixem ir - mas nada podem fazer.
Talvez me tenha encontrado sempre muito pouco,
insuficiente foi o tempo que me foi concedido.
Agradeceu-se a todos aqueles
que fizeram de ninguém um ser monstruoso
- Amados para sempre pelo bom e pelo mau que fizeram
- Odiados por tudo o que não alteraram na essência.
Passaste tanto tempo na escuridão; com mais
ou menos claridade...Ainda consegues seguir outra cor?
O peso do maravilhoso desfaz-se pesadamente no nada...
Ia-me esquecendo de tudo isto...e para quê lembrar?
As palavra vão esculpindo...beleza ou histórias.
É um veneno poderoso que me afecta os pensamentos
fazendo lembrar doenças mentais.
Quem nasce monstro
não pode morrer de outra forma...
A escuridão tem tantas cores.
Para os corajosos que não se cansam de lutar
-Ou para os que aguardam porque sabem que chegará um
momento melhor;
Voltem-se a erguer das cinzas...
E não esperem por mim,
nem esperem por ninguém.
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1 comentário:
Sou um fã de carteirinha dos seus textos, parabéns!
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