domingo, 9 de maio de 2010
Vingança ( um quarto acto)
"Cause hate is all the world has even seen lately!" (LB)
"Pray to your god, open your heart
Whatever you do, don't be afraid of the dark
Cover your eyes, the devil inside
One night of the hunter
One day I will get revenge!" (30Seconds to Mars)
A minha vingança será consumada mais cedo do que previa...
Porque não a temo. Por ela não tremo,
Para mim é benéfico veneno...Abro o meu coração
na esperança de voltar a saber amar, se é que alguma vez soube,
Abro o meu coração ao ódio porque é tudo o que posso dar,
E receber...e viver respirando...
Não deixo que me matem esta sede de vingança
que me coloca os músculos em movimento.
Não tenho medo da escuridão. Nunca tive. Porquê agora?
Vejo-vos felizes na felicidade, mais nada posso pedir...
Vejo-vos tristes na tristeza e agora sim posso atacar,
depois de tanto ter esperado por este momento.
Chegou a hora de vos rasgar o coração em pedaços tão pequenos
que será difícil voltar a junta-los.
Chegou a hora de voltar a ser eu, o eu que andou esquecido...
Por entre distâncias e sentimentos, por entre extremos, por entre
momentos desde cedo condenados à morte.
Não lhe chamo falta de sorte se não encontro-me sem norte.
Afinal já me considero próximo de sóbrio,
calculando cada incógnita como se de um número óbvio
se tratasse...Não é uma questão de sorte, é uma questão de tempo.
Assobiem, revoltem-se. Como se isso me incomodasse...
Esfolem-me através do pensamento, critiquem-me.
Mentiam-me e digam que me amam. Digam que sempre me amaram,
E que irreversivelmente me amarão para sempre...
Hipócritas. Apontam o dedo mais depressa que qualquer outro
mas são vocês que precisam de ser apontados...
Corrigidos. E numa situação monstruosa: apagados.
Nunca fui fome extinta, serei sempre fome viva com momentos
de calma exagerada...E vocês? Já não sabem o que é ter fome,
precisar de ter alimento dentro de vós, energias a mais
para serem utilizadas...Não. Vocês já desistiram de ser.
Não sou frio, nem faço por o ser. Mas o que sinto precisa de ser
preso, amordaçado e aos poucos vencido, torturado para ser
moldado.
Fico sentado a observa-te, agora apenas em memórias que roçam a realidade.
Um sabor que sabe a pouco seduz-se nos meus lábios...quando me aproximo
tudo desaparece ou vai-se evaporando. Essa adrenalina feliz que sentia
a subir-me pelo corpo tornou-se num sufoco rouco, numa pancada
no estômago que fica a ecoar dor e mau estar durante uns bons segundos.
Já não imagino...isso são brincadeiras mentais para quem
não quer viver a vida...eu recordo mas isso também não
me alegra totalmente...
São vocês que me magoam. E são vocês que me magoam antes
de me conhecer, na bondade comum do homem, na maldade do monstro que sou.
Porque não admites? Porque não matas de vez toda essa
apatia que te cerca, que te sufoca? Porque eu .......
Eu aqui fico, de braços abertos, ou de braços para o céu,
Vivendo ou esperando pelo purgatório. Motivando toda a minha
capacidade mental e física e sentimental em busca de algo melhor,
de algo com mais durabilidade de sabor, nesta luta, que é minha
tento fazer dela uma luta para todos os que estão comigo.
Não estou sozinho. Nunca estive. Espero nunca estar...
Mas todos sabemos do que precisamos...todos sabemos o que queremos.
E a vida? Lança-te areia nos olhos...
Entrega-te ao sofrimento ou contenta-te com a vingança...
Alma que é acesa não há nada que não faça.
E se o amor funcionar como uma mordaça
então não é amor...nunca passou de um maléfico tipo de caça.
Já vos mostrei o quanto vos amo...
Não preciso agora de vos mostrar o contrário.
Agora vingo-me ou finjo-me, e nenhuma das duas me agrada...
Queria ficar contigo, mas acabo ficando com nada.
Fecho os olhos e sorrio, está na hora da vingança começada.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Autch, uau...Acho que para quem ler isto e se sentir "descrito", acho que o mau estar vai prolongar-se num eco verdadeiro porque vão ser obrigados a abrir bem os olhos para a verdade. Fantástico, de certo modo já tinha saudades. :)
«Chegou a hora de vos rasgar o coração em pedaços tão pequenos
que será difícil voltar a junta-los» Que força, que raiva sublime!
Enviar um comentário