terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sentimento versus Razão



(Agradeço que quem quer que seja que leia este texto ganhe vontade para o comentar, dado o seu conteúdo. Obrigado.)

Este é um texto já à muito aguardado. Um tema que está dentro de mim desde que nasci, e que hoje em dia, mais do que noutra altura qualquer, ganha uma dimensão e uma importância bastante relevante. É tema de discussão, de reflexão, é de certa maneira a essência da condição humana, tirando outro grande tema que é: Bem versus Mal.
Finalmente, passado tanto tempo, encontrei um texto capaz de preencher a imagem escolhida...que seja para o românticos, os sentimentalistas, a sabedoria a sair do coração...Que seja para os racionais, a força suprema da razão a dominar e a vencer o coração.
Não lhe poderei chamar um estudo, dada população escolhida, mas em conversa com algumas pessoas, seis para ser mais concreto, em que uma delas sou eu, cheguei à conclusão (se lhe poder chamar conclusão...) que o resultado final foi 3-3.
Este assunto, mais estas conversas todas, já me davam vontade mais do que suficiente para querer escrever este texto...mas ainda faltava algo. E foi então, que hoje, em revisão de alguns textos, encontrei uma frase por mim escrita, que deu talvez, o golpe fatal, e me aclarou de vez o espírito...A razão para mim, é a vencedora:
Mas nem só de felicidade vive o homem…

Eu, na minha "tese", declaro com uma simplicidade algo extrema a principal diferença
entre razão e sentimento. Na minha opinião a diferença reside no que "sentimentos", no grau\nível da nossa felicidade. Dito isto, resumo:
Sentimento\Coração : a nossa felicidade oxila entre ódio e o amor, a nossa felicidade pode alcançar o melhor e pior. É talvez incostante.
Razão\Cérebro: a felicidade é constante. Varia muito pouco ou quase nada. Pode variar entre alguma felicidade a mais , ou alguma tristeza.


Apesar de odiar, repulsar, tudo o que seja morno, abro uma excepção produtiva e importante no caso da razão...

Na minha opinião, outra grande diferença são actos.
Na minha opinião quem sente, o sentimentalista, o romântico, raramente pensa. E por amar, não se confunda com pensar...amar é agir, é sentir apenas...é dar tudo, sem pedir quase nada em troca. De certa forma, é o ser humano em expansão...Ao amar, nem sempre se pensa no que pode acontecer de bom ou de mau. Quem ama pouco ou nada pensa...pelo menos inicialmente. Quem sente é autêntico, não mede, não foge, apenas dá o melhor de si. Será sempre isso bom? Nem sempre.
O racional pensa muito e não se dá ao amor tão facilmente. O racional já conhece o sabor da amargura e já conhece o sabor doce, mas não se engana. O racional sabe o que é uma cicatriz e sabe ou tenta saber como evitá-las. O racional pensa, e isso faz toda a diferença.

Já não me iludo. E de três grandes frases populares, uma delas minha preferida, e dada por mim como verdadeira é:
O que não nos mata, torna-nos mais fortes. E por fortes entenda-se tudo o que escrevi anteriormente: pensar, não entregar tudo, pensar.
Se me arrependo de ter mudado? Muitas vezes...Mas sei que sou melhor assim.
Se por um lado vocês provam o sabor melhor da vida
Eu por outro não provarei o pior.

(Sinto que ainda falta muito por escrever sobre isto, para já fico por aqui)

6 comentários:

Joana disse...

Tudo brilhantemente explicado. Ambos os lados muito bem apresentados e concordo com quase tudo. Claro que escolho o lado da razão, o lado da quase certeza, o lado do não-impulso.
«Se por um lado vocês provam o sabor melhor da vida
Eu por outro não provarei o pior.» Quase perfeita. :) Mas na minha opinião, o que pensa tem as duas, enquanto que o que age, não. Great text! *

Anónimo disse...

Após isto, começo a questionar seriamente esse teu empate... :) Como tu mesmo disseste, muito mais haverá a dizer sobre isso... Até porque acredito que realmente "há razões que a própria razão desconhece"...e que razões serão essas?

Sinceramente, adorei o texto... não só pelo "tema" (que dará para longas "discussões") mas porque me fez questionar imensas coisas...o que é bom! :)

beijo***
C.C.

João Henriques disse...

exelente...
ahah granda primo@
sem palavras a sério...
És o meu profeta.
by: joão

Maggie disse...

Concordo contigo, para mim a razão é sempre a mais importante, pois sem ela não iríamos a lado nenhum.

Claro que é só uma opinião.

Sofia disse...

Eu continuo a entregar-me ao luxo de Amar. Chama-lhe luxo, chama-lhe tolice, chama-lhe inconsequência, inocência, utopia, despropósito, teimosia. Mas continuo a preferir as lágrimas, as cicatrizes, as dores, à apatia, à inércia, à cobardia da racionalidade (é assim que a vejo). Para além do mais, acho que poucos são os valentes que conseguem manter sempre esse lado racional acima de qualquer outra coisa. Reconheço-lhes o talento, apreciando-o ou não. Sei que há muita gente que dava tudo para ter essa capacidade de racionalizar. E consigo compreender, apesar de não ser assim... Em todos os tipos de Amor, já sofri, já me magoei, já doeu, já cortou, já marcou para sempre. Mas nunca poderia racionalizar algo assim. Doeu? Foi porque senti. Marcou? Foi porque vivi! E, tal como dizes, se não matou, fortaleceu. E é também por isso que continuo a acreditar, e a entregar-me, a abandonar-me ao meu próprio coração da maneira mais desprendida, absoluta, plena que pode existir.

(Desculpa se exagerei... Mas, para falar disto, tinha de ser assim.)

LILI disse...

Todas as guerras deixam feridas. Todo o que vivemos deixa marcas. Quer as sentiamos ou as pensemos. As marcas ficam lá. Se por um lado ficamos magoados, por outro magoamos.


Muito Fernando Pessoa. Adorei.

'imenti'