segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Vingança


"Não deves julgar aquilo que não conheces." (LAM)




(Suspiro curto)
Vou recomeçar. Lembrar-me como tudo aconteceu,
Detalhar cada momento na minha mente,
Ressussistar as mágoas, as traições, a tortura...
(Suspiro um pouco menos curto)
Vim até aqui para te tirar as armas das mãos,
vim até aqui para te demover as ideias.
Vim até aqui para te mostrar um outro lado,
Diferente do usual, para lutares sem armas
basta não as ter na mãos.
(Começo a transpirar ódio...minha força, minha fraqueza?!)
Como se não te bastasse reunir exércitos sem inspiração,
Pequenos seres vivos sem ritmo numa música de tambores
sem canção, um hino aos esqueletos que fingem caminhar neste mundo.
Como se não te bastasse segurar na mão essa luz grotescamente falsa,
Isso não é luz nenhuma!, isso é escuridão clara..
(Respeito! Caminha! Respeito?...Caminha!)
Melodia calma, embuscada, sorte condenada,
Vejo-te encolhida, a transbordar uma aura tão sagrada..
VINGANÇA! E agora...VINGANÇA!
E vocês que me perderam, não esperem em paz,
A minha guerra só ganha asas, só expande admiradores.
Enquanto vocês pensam ter a vitória, e gozam numa paz aparente,
Eu corrigimo-me, esforço-me, não me rendo à arrogância.
Como se as palavras bastassem...não minha gente.
Nem de longe nem de perto.
(Suspiro um tanto mais longo......)
Não, as palavras não bastam. E não se atrevam a julgar-me.
Não se atrevam a colocar-me abaixo de qualquer coisa,
Deixo-vos ignorarem-me, porque mais tarde ou mais cedo
isso terá de mudar.
Porque por muito que se tente ignorar um corte na pele
a verdade é que ele não desaparece.
Lembrem-se disso.
Estarei sempre à espera do vosso erro, e logo vocês que tantos cometem.
Começo a encontrar nesta luta falta de dificuldade,
Entristece-me ver num ser tão francamente normal a todos os outros
uma força tão esmagadora e real comparada com vocês.
Deveras este mundo é estranho.

As tuas asas nem cheguei a ver abrir
já tu para longe partias.
Um dia passa, seguido de muitos dias,
E por muito que eu quisesse tu
nem as asas abrias.

Não julguem nada sem antes compreendê-lo.

Quero tanto e não consigo dizê-lo.
Acordei de um sonho, mas parecia um pesadelo.

(Limpo o suor do rosto. Quase que me sinto mais aliviado...)

2 comentários:

Joana disse...

Amei o texto. O ritmo, a mensagem, a maneira como o escreveste, dando a entoação quase doentia, e depois o alívio encontrado no fim. Dou especial atenção às frases: "Isso não é luz nenhuma!, isso é escuridão clara..[...]Eu corrigimo-me, esforço-me, não me rendo à arrogância." Adorei-as, muito bom trabalho. :) *

simples-mente disse...

uau!
É sem duvida alguma o melhor poema que alguma vez podias ter escrito! Adorei! As entoações, as pausas... fantástico! Se já ficava surpreendida cada vez que te lia, agora fiquei ainda mais!
Parabéns!

'tervixe'