sexta-feira, 20 de abril de 2018

Eu sei o teu nome

Não sei ainda se estou preparado.
Por estes anos que passaram ultimamente
Fui confrontado, felizmente, a desmembrar
essa criatura, esse fado,
Que tão rapidamente volta, como se estivesse estado
sempre presente.
Um descuido, um pequeno pormenor de menos sorte,
Uma luta quase vã, quase inglória,
Pouca fé, ignorância consciente das pequenas vitórias,
Desistência...afinal de contas lutamos diáriamente
com monstros de muito maior porte.

Nunca a esperança foi tão valorizada,
Apanham-se todas as migalhas, todos
esses pedaços de qualquer coisa mais que seja.
No fim, se tudo correr bem, é formada uma pintura,
Um poema, uma canção ou uma música
que irradia alegria.

Eu sei o teu nome...
Desvalorizada por quem não te conhece,
Expulsa a muito suor, com a ajuda de quem nos ama.
Contigo tudo foge da lógica, tudo se afoga,
mesmo quando pareces ser um lago calmo e límpido
de pouca profundidade...
Custa sorrir, depois de cada gargalhada o sentimento
é de tristeza, quase de penitência.
Fraquejam os membros, cansados e desmotivados
como se estivessem cansados e desmotivados, todos
os membros fraquejam. Todos. Estar-se dorido
sem se ter feito nada para que doesse.
A pequena bola de neve cresce,
e mais cedo do que mais tarde
já não sabemos onde tudo começou...
Nem porquê.

Nunca morras a tentar,
Morre a conseguir.

Sem comentários: