Na louca espera pela revolução,
Pelo sol quente que penetra essa sala escura e fria,
Pelo vento que afasta as poeiras, as cinzas
dessas fénixes que nunca se chegaram a erguer.
Nesses bateres de portas, de janelas,
Nesses pedidos por ajuda,
Por essa alma que grita a uma alma surda,
Essas pequenas velas não chegam para iluminar
esse escuro recanto que é a solidão do falhanço...
Entre cálculos matemáticos, líricos, pequenas lembranças
vividas, relembradas, elevadas ao expoente máximo
como se se tratassem de verdades cientificas;
O bem o mal, o pecado, o desagrado, o degredo,
Às vezes a mentira é o maior segredo.
Esse arrepio percorre o corpo inteiro,
acerta em cheio no coração, fere o cérebro,
Quase toda a tua vida foi um erro - errantes passos
dados...
Toda uma miséria, uma energia negativa, uma falsa realidade
moldada a ferros, horas a fio a mergulhar nesse rio
pouco nítido, a subir a descer, a agarrar algum oxigénio,
de força fraca, já sem razão para lutar, para ser melhor.
Essa mágoa, essa tragédia, que magoa,
que vos deixa agarrados ao chão, tal calçada esquecida e pisada
em Lisboa.
Durante essas trevas negras que nunca dão tréguas,
Ignorância e arrogância, a cegueira é contagiaosa.
Restas-te, algures no mundo, sem lugar,
sem música de fundo, sem cores,
implorando para que o coração exploda em chamas devorando o mundo através de lava ..
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