quarta-feira, 24 de julho de 2013

Razões obscuras

A concepção nas alturas do vosso púlpito, mesmo que imaginária
terá no seu resultado uma queda real...

Adormeceram nesse sonho profundo e belo...
Acordaram neste pesadelo, numa rotina
sentimental, racional, orgânica,
Revoltada nas essências mais escuras,
mais básicas, mais enraízadas na alma dura
que tortura cada centímetro dos pontos vitais da loucura.
Cresce por dentro esse aliviar macabro,
do faminto, do mito, do primal instinto,
dessa cor, cor de absinto,
Desse suor, dessas lágrimas, que escorrem por todo o lado.

O vosso tempo chegará, quando esse vosso céu azul
e brilhante se tornar escuro,
Quando o vosso chão consistente, estável e seguro
começar a termer.

Arrepios crescem de vários pontos do corpo,
Os olhos fecham e abrem num momento absoluto
num momento único...a respiração encontra-se completa,
como uma última tentiva de acertar uma seta no seu alvo
finalmente concretizada.

Mártires, falsos modestos, ingratos,
Inconcretos.
Sobre os factos verdadeiros chovem raios de luz...
Mas as ilusões duradouras, esses delírios de romantismo
e loucuras, para onde Deus nos lançou
e o diabo nos pôs

não passam de
razões obscuras.

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