quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

amarrotamento


Onde estará essa serenidade,
essa paz calma que suaviza os balanços da vida,
dando lugar à raiva e ao ódio somente quando
é necessário?
Essas sensações de dever cumprido,
de que fazer melhor era impossível,
de felicidade autêntica,
de se estar completo?

Tudo não passa de um papel amarrotado
deixado ali ao lado, mesmo no chão,
repleto de rascunhos.
Planos desiguais, ideias novas e originais,
continuadas no pensamento
paradas antes do movimento.
Algumas raízes são cortadas antes
da árvore dar fruto, outras vezes falta essa
coragem para o colher.
E a rotina vai esmagando, envelhecendo,
roubando, enganando...São vontades
contrárias aquelas que contrariam os actos,
O atrito só é inexistente quando se caminha
para o abismo da derrota e da desistência,
em tudo o resto prende pés e mãos e razões e sentimentos
como se fosse areia movediça.

Será essa a felicidade? Caminhando, arrastando
membros presos, numa vontade morta?
Afinal é essa a felicidade?
Não a amas, mas irás amá-la sempre.


Podem não ter a sorte de o mundo acabar para a semana,
Pois então
mexam-se
e apanhem o papel amarrotado
que estava no chão.

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