sábado, 17 de setembro de 2011

(Pleonasmo)

(não só a queda de um anjo caído
causa estrondo ao embater na terra,
por ser de mais alta altura...
tal homem, tal desejo de se elevar,
esquecido, obrigado a esquecer
tudo o que ficou para trás perdido,
fugido de palavras outrora conscientes
outrora falsas? Quando as palavras viram
poeira em memórias no que se deve acreditar?
a dor só com dor se mata,
o barulho preenche o silêncio
somente até o deixar novamente.
é como se o mundo tivesse parado.
alguns exigem imperfeição, sabem que somente
ela faz gerar a luta interior,
e o amor extremo ao próximo...
só existe uma forma de lutar por um círculo
perfeito: ser a sua imperfeição, louvar essa
imperfeição, abraça-la. alguns sentem-no
outros não, e o ciclo repete-se, e volta-se
a repetir, para sempre, como sempre, desde
sempre, porque é o Homem que comanda a sua mão,
os seus pés e o cérebro que tudo domina.
são certezas certas que aguardam mais alimento,
- como se fosse só isso que interessa nesta vida,
um vazio prolongado rastejando por um suspiro
dessa mesma vida...
ações de um louco, possuído por uma loucura,
crente em tudo aquilo que é facilmente negado
em tudo aquilo que é tão facilmente desmentido...
Não se iludam, a verdade raramente é o caminho certo
raramente mostra o que deveria ser visto,
sentido, porque na verdade o abraço não existe,
porque não é sentido como imperfeição...
não interessa a dor cuspida, a ferida que não sara
mesmo tentando ser esquecida...não.
Podem lhe chamar impotência, covardia, desmotivação
no peito...repetição de tudo, vezes sem conta
até ao cansar de Deus,

eu, olhando tudo isto nos olhos,
só lhe dou o nome de ilusão.)

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