sábado, 19 de junho de 2010

Dou-vos finalmente: Olhos de um anjo caído



Nota:
Isto não é o fim de nada. É talvez um recomeço. Ainda não sei ao certo. Ultimamente o que sei parece que é verdade, pelo menos grande parte dela, outras coisas fogem do seu lugar. Importa perceber se às vezes perdemos algo por apenas alguns momentos ou se perdemos para sempre, é isso que importa perceber.
Quando a minha irmã teve esta imagem nas suas mãos ficou estupefacta. Foi amor à primeira vista. Possivelmente das melhores imagens de origem Tooliana. E é de facto fantástica. Tive de procurar um bom bocado por ela. Já a conhecia mas no Google não existia sinal dela...Tive de me render a um processo da velha escola: o print screen mais o programa Paint. Encontrei-a numa montagem de imagens para um videoclip de Reflection. E assim foi. Escrevi por detrás dessa montagem, dentro de um quadrado rectangular, que é a forma do CD Aenima, as seguintes palavras, daquilo que me recordo:
Quando encontrares alguém que esteja ligado a ti, no coração, na alma, na razão, num beijo, então agarra essa pessoa para sempre. Esta é uma lição para todos nós. Todos.
Porque conseguir unir isto tudo é quase um milagre da vida, à sua maneira, e de certa forma.

Eyes of a fallen angel,
Eyes of a tragedy...
( 3 Libras )

Se pudesse voltar atrás fazia tudo da mesma forma.
Alguns tentam fazer com que as peças encaixem à força,
outros têm a sorte de as ver encaixar naturalmente.
E eu tive essa sorte.
Se puder recordar hoje, com aquilo que sei
custa-me acreditar que tudo tenha começado
ás oito e um quarto da manhã.
E recordo-o com um sorriso de quem está a dar
os seus primeiros passos, uma vontade de continuar
a dar esses mesmos passos até cair sentado no chão satisfeito.
Como em tão pouco tempo as coisas encaixam?
Como em tão pouco tempo as coisas se expandem tanto?
Como é possível que em tão pouco se alcance
uma essência, um conhecimento que costuma demorar muito mais?
É preciso adormecer e acordar com um sorriso nos lábios
para compreender que algo mudou.
Podemos aprisionar forças dentro de nós
mas corremos o risco de elas voltarem a ser soltas.
Para quê aprisiona-las então?
Não sei.
Houve uma altura em que a razão e o sentimento
andavam de mãos dadas. Agora estão distantes,
nada querem um com o outro.
Surpresas, vivências, esforços,
apertos, satisfação, conforto.
Dez mil dias como música de fundo
numa manhã supostamente fria,
e música ao vivo para embelezar a noite.
Podiam-me oferecer o mundo...
Mas não quero.
O mundo não chega.
Entram e saem espirais.
Consigo algo especial, diferente,
estou de volta.
Deito o cigarro ao chão...
E é quase como se tivesse falhado.
Mas o sentimento é o mesmo.
Olhos nos olhos

nunca foi preciso muito mais.
Há sinais que nascem sozinhos
para quem os quiser ver.
Terá chegado a tragédia?
Um anjo cai no terreno que me rodeia,
as suas asas parecem fracas,
todo ele parece fraco.
Que te aconteceu pequeno anjo? Porque pareces chorar?
Porque tens os olhos mais tristes que eu já vi?

O anjo olha-me. E de tudo o que tem para me dizer,
de tudo o que tem para me mostrar,
de tudo o que tem para me dar, apenas diz:

Porque caí.

Sem comentários: