quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Poesia aleatória

Começaste a criar razões para desistir,
por ser mais fácil.
É mais fácil encostarmo-nos ao tédio
e deixarmo-nos levar, pelo seu embalar,
quando damos por nós fazemos parte da rotina.
Sem vento que nos sacuda,
Sem Deus que nos acuda,
Sem verdade que aparece sem querer
e mais depressa ainda fuja.
Não quero ser fuga, nem entrada,
Quero

Ser o centro acolhedor e quente do mundo,

Onde as pessoas passam por mim, como se fosse
um pequeno banco de jardim: algumas passam sem notar
outras sentam-se. Ouço várias histórias por dia,
Choram e desabafam para cima de mim, e riem-se,
Contam-se imensas histórias.

E sou um pequeno universo finito, mas rodeado de outros
universos finitos, mas todos juntos, somos infinitos.
E estamos famintos de vida, de sabedoria, de evolução.
Mesmo que para evoluir se tenha de começar de novo.

E pela primeira vez não me vejo ao longe
como se fosse outra pessoa,
Farto em acções não só imaginadas,
Criador de feitos,
Não...
Agora sou apenas eu. Sendo o que sou
e não o que é suposto ser.

E não vou a lado nenhum, porque já aqui cheguei.
Uns gostos, outros não.
Aliso arestas mas não me transformo
no que vos dá mais jeito.

1 comentário:

Joana disse...

Bonito. Verdadeiro. Óptima mensagem. Ainda melhor escrita. Eu diria poético mas também muito bom.
«E estamos famintos de vida, de sabedoria, de evolução» Continuas a surpreender-me, sempre! **