domingo, 15 de novembro de 2009

Angel song


Disseram-me certa vez: Por muitas nuvens cinzentas e grandes que tenhas em cima do teu céu, lembra-te, que mesmo que não pareça, o sol está sempre atrás delas. A aquecer. A brilhar.
O que não me disseram é que por vezes fugimos do sol...outras vezes andamos à sua procura...
Esqueceram-se da lição: O que fazer quando o sol nos encontra, sem nós estarmos à espera...

As mudanças na nossa vida dão-se tão depressa como...como...um eclipse do sol! Sim! Uns instantes nas trevas...e de volta a luz...
Momento.

Este texto é talvez um apogeu da minha desorganização poética. Não por falta de empenhamento, mas por ter tantas coisas para dizer, tantas ao mesmo tempo que acabo por ficar a pender de um lado, descompensando outro, e quando corro para o equilibrar acabo por colocar peso a mais, voltando a desequilibrar.

Não existem círculos perfeitos. Não existe só o céu, nem existe só o inferno. Eles complementam-se. Pode parecer estranho, mas é o que penso. Eu não acredito no mundo perfeito. Acredito que podemos melhorar, mas nunca ser perfeitos.
Não existem círculos perfeitos. Mas talvez possam existir...

Estava no autocarro...olhava a paisagem difusa: sombras tremidas de árvores, alguns semi-montes, e muitos faróis de carros. Era noite. Aprovei o facto de não ter ninguém ao meu lado para me encostar ao vidro e relaxar...Como se isso fosse possível. Como podemos relaxar sabendo que estamos a viajar na direcção errada? Saber que estamos a fugir do sitio onde de facto deviamos estar? Não é do sitio...

..Como podemos estar relaxados sabendo que a nossa vontade ficou presa a alguém que ficou para trás? E nós...a ir na direcção oposta...

-Está a dar a tua música...no rádio.
-Angel Song?
-Sim! Como sabes?
-Também estou a ouvi-la.

Acredito no destino? Sim. Mas acredito que o destino nos dá duas coisas:
Sinais (pistas, ajudas) e alguma hipótese de escolha. Para o bem e para o mal.
Consigo sempre ver os sinais? Quase sempre.
Existem alturas mais importantes para reparar neles? Sem dúvida.

Estavamos sentados...num café.
-Estás a ouvir a música?

"Something always bring me back to you..."
-Sim.
(A primeira música de que falamos...Não fosse isso já por si um pormenor engraçado na altura...)


As coisas mais simples são as melhores...e esta frase carregada de cliché faz-me sorrir tanto. Eu sou assim mesmo. Peço tão pouco. E peço tão simples. E quando encontro? Sou a pessoa mais feliz do mundo.

Para quê complicar equações? Às vezes a solução é só uma...


Nada é em vão, e nem só de recordação vive o homem,
E um dos melhores sabores que podemos provar
é sentir o sonho tornar-se realidade
a vontade tornar-se acção...
É no meu corpo sentir a tua respiração.

1 comentário:

Sofia disse...

E está tudo dito! :D
Gosto disto ;)