terça-feira, 28 de abril de 2009

Black angel


I live while the whole world dies... (Tool)

Por debaixo da minha janela, a descoberto do meu universo,
Vejo as estrelas do céu, que por vezes me guiam, outras vezes me enganam.
E não me falta vontade nesta caminhada à luz do tempo,
Sigo os passos que quero, pelos caminhos que escolho,
Se subo a montanha é porque conto desce-la.
Tenho sorte: vivo, mas vivo enquanto todos os outros morrem.
Sou eu uma pessoa, sou alma, sou vida, sou centelha de acção
no movimento do universo.
Se por vezes dúvido de quem sou e das acções que me definem
Também dúvido das provas de fé a que se colocado.
Se me lembro da força, lembro-me de quem me a dá,
E faço com ela o que devo fazer.
Numa guerra universal, onde se juntam todas as influências do bem e do mal
Tento não observar sentado...Mas se luto tanto pode acontecer...não sei...
E olho para ti, reparando que há tamanha semelhança,
Sentados ficamos a olhar para o horizonte,
Como se o amanhã fosse uma certeza tão certa,
E o horizonte pode ser o verde que se aproxima, tão fresco,
Como as obras de betão que cresce através do sol...
Mundos paralelos, lado a lado.
Anjos e demónios puxam a corda, na força maior,
Mas ninguém a corta, ninguém ajuda a puxar com mais força.
Vejo-te assim, levantares-te, a ergueres as costas
e com um sorriso quase doce, com a maior ternura, sem pestanejares,
abrires as tuas asas negras...apesar do anjo que és.

28/04/09 - Aproveito para agradecer à Sofia pelo comente. Ainda bem que alguém percebe. Este texto não foi feito para mim, nem conta a minha história. Exterior a mim.

domingo, 26 de abril de 2009

Lateralus

Nos acidentes rodiviários, os que mais vida tiram são os acidentes frontais e laterais...

Se na vida procurasse o óbvio decerto estaria a perder
o meu tempo.
Portanto não o procuro, procuro sinais pequenos, pequenas bençãos.
E o mais precioso chega-me às mãos em revelações tão minusculas...
Se vos conseguisse explicar por palavras a facilidade
De se sentirem plenos, grandes, enormes, preenchidos.
Mas não consigo.
A simplicidade do simples por vezes até a mim se torna complicada.
E as coisas melhores, mesmo sendo maravilhosas,
Chocam de frente e chocam lateralmente,
Forte é a colisão...
Forte é tudo o que roda, impossivel de descrever,
Fome morta, insensivel razão,
Energia inesgotável, como falta de emoção...
Nestas linhas de bom tom,
Onde se regala o coração...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Diary of a madman

Dear diary I’m here to stay…
Dear diary just say goodbye…


Sumários diários dos dias que vão passando,
São folhas agarradas, folhas mortas que contam vidas,
Não sendo pessoa é como se escrevesse para mim,
Inútil, fútil, na ilusão de um desabafo real.
Como se fosses mapa, ou caixa, ou nada.
É mesmo esse nada que tu és.
Sem lugar para a fúria, sem forma de contexto para o rancor,
Sem conselho para a miséria, sem vontade de querer.
A verdade não se aumenta, a mentira não diminui,
Somos dois, pois somos apenas um,
Um triste pedaço de papel que nem rascunho o é.
Sem peito dócil para descansar a cabeça,
Num dia mais cansativo, nem peito dócil para sorrir olhando.
Viro-te as costas para realçar a tua inutilidade.

21/04/09 - 14:49 Título e primeira frase: versão original The Cure(cover pelos A Perfect Circle)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Simples-mente-genial







(É preciso carregar nas imagens para conseguir ler)
Quem diz que bandas desenhadas são uma perda de tempo, ou que não têm mensagem nenhuma, só posso pensar: nunca leram. Um desenho pode dizer muito, ainda mais quando acompanhados de bom humor e arte.
Podem não gostar, isso é diferente.
O Calvin e o Hobbes já me fizeram pensar, reflectir e rir, mais do que muitas pessoas, ou prosas extensas.
Um homenagem pequena, ao grande Bill Watterson, que para grande pena minha e de outros, já deixou de desenhar, e de colorir o nosso mundo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tool


Nunca me inibi de expressar o que sinto, mesmo quando posso estorvar outros. Nunca fiz questão de entrar em conflitos, mesmo quase jurando a pés juntos que estava a pensar correctamente, mais tarde, se tivesse de facto razão, a experiência de vida iria abrir os olhos aos outros dando me razão. Se estivesse errado, aceitaria o meu erro, aprendendo com o mesmo.
Na maioria dos casos, digo aquilo que penso. E se não o digo, terei razões para tal. Mas na generalidade digo.
Humilde até necessidade em contrário, sigo os meus ideais, sempre. Os bons e os maus, algo que deve ser mudado com o tempo. Porque o tempo muda tudo.
Penso que na vida é preciso ter engenho e ter sempre as melhores ferramentas, convém no entanto ressalvar, que nem a ausência de uma ou da outra nos deve travar de tentarmos ser aquilo que queremos.
Tenho que lembrar-me sempre, e aos que mais gosto, que por muito útil que uma ferramenta seja, de nada vale senão a soubermos usar ou senão soubermos para que o serve.
Parto sempre consciente que não sou o que tenho, mas talvez aquilo que digo, e mais importante, aquilo que faço.
Não sou aquilo que leio, vejo ou ouço, se bem que tudo isso me pode ajudar a passar o tempo de uma forma bem melhor. E isso tudo por vezes ajuda-me a melhorar, ou a tentar mudar algo.
Tão pouco talvez seja aquilo que escreva. Apesar de tudo o que escrever seja escrito por mim, portanto, para o mal ou para o bem, advém de mim.

O homem pegou na pedra...
Usa-a para esmagar animais, para abrir alimentos,
Usou-a para suportar a madeira que descobriu o fogo.
E com ela fez o pilar da sua casa.

Às vezes o sentimento forte que não me cansa
Que me une às linhas
É similar ao que me une ao mundo.

Filosofia, Ciência, Religião...
Mas nunca consentirei matar milhares na busca de uma cura,
Nem consentirei a criação de matéria que fuja à minha ética,
Nunca consentirei ver rostos cavados em hipocrisia
Que se alimentam de verdades criadas pelo homem
Para subjugar outros,
Tão pouco permitirei que cuspam na cara dos que mais precisam
Para atingirem o vosso reino de falsidade.
Ferramentas imensas, num mundo maior.
Quase sempre prefiro confiar nos estranhos desígnios de Deus
Que nas mãos loucas de Homens loucos.


10000 days in the fire is long enough.
You're going home...

Cold silence has a tendency to atrophy any sense of compassion...



13\04\09 – 19h20 , pequeno tributo a alguma parte da inspiração e de passagem do meu tempo, e ao resto.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Centro

We barely remember what or who came before this precious moment... Tool

Esta paisagem é-me tão familiar,
Como as fotografias onde era ainda criança.
Segurava nos objectos como se fossem meus
Agarrava-me às pessoas como se elas fossem minhas
Para sempre.

Felizmente existe o dia de amanhã, até não o existir realmente.
Agora agarro o tempo, tento agarrar as pessoas,
Antes que alguém as leve, para longe, onde já não existe volta.

É no centro do nada que tudo acontece,
Desde a espera à demora, ao passo indeciso, à conclusão.
Folhas dão vida à fome como dão vida à confusão...

Precioso é o momento...
É o momento precioso em que...

Tum, tum-tum, tum tum tum,
Rendo-me à música e à gravidade.
Cada dia mais próximo de alguém.
Precioso é o momento...

10\04\09 – 14h43

domingo, 5 de abril de 2009

A persistência da memória


Imagens contidas em mim, cores imensas que navegam
Em volta da minha cabeça, lembrando-me a origem,
A questão fundamental.
Sufoco em ar, procuro algo que me tire daqui
E me dê um lugar sossegado, um lugar sedento de movimento,
Com pouco asfalto, muito verde e cor de pele.

Os relógios tombam, chegou a hora da sua morte,
Ironia eficaz nas linhas de quem finge meditar tão solenemente,
Risos escondidos atrás de cada arvore, rachada ao meio
Pelo vento da loucura desses homens amarelos.

Abraço-te...vem o silêncio, vem o conforto da exactidão.
Afinal quem tinha razão? Todos.

Derretemos, sentados no desespero da espera,
Calmos de morte, sem acção fortuita,
É o passado, o presente e o futuro, quase tudo ao mesmo tempo...
E o tempo é tão pequeno.

E:
O futuro que por lá vem, quero que se torne presente!
O meu presente, quero que se torne passado!
Quero que o passado morra cedo.
E fico sentado, com um relógio de cada cor,
Enquanto te espero do outro lado.

5\04\09
19h58 – Adoro este quadro. Ajudou um pouco ou nada.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

The Hollow

Escrever nunca foi nem nunca será sinónimo de interiorizar.


Nunca me cansarei de ninguém, como nunca me cansarei de Lisboa...
A razão é simples, quando julgo conhece-la, descubro sempre mais
Um pedaço seu...
Podem me dizer que ela é finita...é tudo uma questão de perspectiva.
E nesse sentido, posso afirmar sem qualquer humildade, tenho uma maior
Perspectiva.

Gostava de ser solo...um solo por si só já irregular,
Pedia à força de todas as máquinas, que com algum empenho
Me pressionassem, com força, muita força
Para diminuir todo o volume de vazios existentes.
Seria perfeito.

Procuro alguém como me procuro a mim mesmo,
A única diferença é a dificuldade encontrada.
É pois difícil encontrar alguém, disposto a ser uma pessoa,
Com todos os defeitos, e com todas as qualidades, de se ser.

Espero que um dia se descubram, que olhem em vosso redor
E contemplem que as mesmas algemas que colocaram a vocês
Próprios também as podem igualmente tirar.
Nem sempre é assim tão fácil...

Tudo o que queres, podes conseguir.
E eu poderia ajudar-te a mudar.
Vem a alegria, talvez a desilusão...mas vem a mudança.

E pouco me importa aquilo que não digo hoje,
Porque o que não digo hoje, poderei dizer num outro dia,
Importante é não deixar de o dizer.


02\04\09 – E voltámos aos bons e velhos tempos.