terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quando o pano desce


Os aplausos abrandam,
Respiras fundo e pousas a máscara.
Na máscara que repousa
Repousam também as faces
Duramente aplicadas ao teu rosto
Que hoje, assim como em tantos outros dias,
Tiveste de usar.
Porque escolhes o caminho da direita
Quando é para a esquerda que queres virar?
Quando tiras a máscara
Cai o fardo das tuas costas,
Desaparece a espada que te encosta à parede,
Quando tiras a máscara
Apenas respiras alívio e satisfação.
Então para quê usá-la?
Temes uma mudança ao deita-la fora?

Um dia decides viver sem ela,
És feliz, todos vêem o teu rosto,
Aquilo que realmente és.
Uns gostam, outros não mas a vida é assim mesmo.

Mas nem só de felicidade vive o homem…
A pressão aumenta e a vida não é
Assim mesmo.
A ilusão da perfeição gosta de colorir
Este mundo mascarado.
E apesar de humano
O Homem é um ser programado.
Não sabes a razão
Mas sabes que fazes o mais correcto,
Reconstróis a máscara e voltas a coloca-la.
A vida é assim mesmo.
O pano levanta e ouves os aplausos.

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