terça-feira, 9 de setembro de 2008

Recado

Escrito no autocarro, depois de vir do meu part-time. Parece que falar ao telefone com pessoas durante três horas deu isto. Ou então não. Mas gosto do ritmo deste poema. Boa leitura.

Para as almas
Mais puras, para
As pessoas que se
Julgam boas,
Para os ilusionistas
Vítimas da ilusão,
Para os que pensam
Que dão o pão
Quando na verdade
O tiram.

Não se iludam,
Hoje pensam que ajudam
Mas amanhã pedem ajuda.

Continuo sem perceber
Porque reina a hipocrisia.
Às vezes até asfixia
Mas respondem-me satisfeitos:
É assim que funciona a vida.

Se querem realmente ajudar
Então mexam-se! Sejam activos praticantes.
Ajam com sabedoria.

Sou pouco humilde,
Julgo-me superior a vós?
Não...
Se já nasci assim
Ou se fui influenciado,
Não sei.
Mas sou igual a todos vós:

A mesma ignorância
Está-me no cérebro.
A mesma fraqueza
Nos músculos.
A mesma falta de ganância, a passividade e futilidade
Correm-me no sangue.
A mesma covardia mora
No coração.

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