Por entre os silêncios barulhentos
que vivem dentro das pedras da calçada,
Do alcatrão que pesa por cima das raízes,
Vives, de mãos nos bolsos, trocando os dedos,
sossegando esses vazios, esse nada,
Essas lembranças, essas cicatrizes...
Esses enredos, essas vitórias, esses segredos,
Todos esses e todos esses outros momentos.
O negro respira fundo, nessa noite escura,
Sem sol, sem lua,
Nesta rua tua.
O sentimento de alarme constante,
Esse mastigar do vento, que não sufoca
mas que é sufocante; esse fumo exagerado
do cigarro que foi fumado ao extremo,
Esse abrir de portas e fechar constantemente,
Essa nota musical repetida e louca,
Esses pensamentos embriagados,
Da loucura, do sabor da acidez e do moderno.
Assumimos que não existe remédio,
Tal ópio capaz de serenar as almas mais mexidas,
As almas mais queridas no ódio, e odiadas no amor,
As almas desta gente, que somos nós,
Tal furacão destruidor do tédio,
Regeneração das feridas,
O calor à luz do frio e frio à lua do calor,
E tudo isto passa, enquanto na rua te encontras a sós.
(um melhor 2016 para todos os leitores deste monstro. Que o que não conseguiram até hoje realizar seja realizado no próximo ano. Que tenham tudo a que têm direito, se por esse tudo lutarem. Até um dia destes. Estes dois anos que passaram, foram até agora, os melhores da minha vida. Obrigado a quem fez parte deles, a quem os mudou, a quem permitiu que eles se mudassem. Obrigado VGS, obrigado irmã, obrigado irmão, obrigado a todos os tantos outros.)
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