Por entre suspiros de caridade,
as nuvens deixam de desaparecer mesmo depois
de toda a água vertida. Ficam lá, suspensas,
sem nada porque esperar, apenas ficam lá, suspensas.
Num instante, ou melhor, em vários instantes, tudo muda,
As sensações mais queridas começam a ficar translúcidas,
estão lá, e querem continuar a estar, mas são sobrepostas,
por espaços cor de cinza. E um pó escuro começa a elevar-se
do solo, e só rezamos para que não chegue o vento,
que nos impeça de ver tudo à nossa volta.
É facilitada a entrada nestas sombras quase completas,
Quase parece impossível negar a imposição
que nos cobre os pensamentos, que nos obrigado a passar
por cima da hesitação.
As asas batem...
O vento começa a fazer-se sentir.
A poeira entra em cada poro da nossa pele. Os olhos começam
a ficar feridos,
A respiração chega a custo e a custo é engolida.
Alguns têm menos sorte, outros têm mais azar,
Alguns olham nos olhos
e sabem que os anjos não são formados dessa matéria.
As histórias são sempre parecidas, podem é começar de forma diferente.
E o final da história é contando por cada um,
e pela luz que os fez subir acima do vento e da sua poeira.