domingo, 10 de agosto de 2014

Radioativo

Tal pacientes sem paciência,
Deixei-me a divagar, nesse estado de latência,
Tal dormência, devagar arranca a carne dos ossos,
E aos poucos tudo fica contaminado
E das profundezas nasce a morte
retirando tudo o que era nosso.

Mas seria?

Acordo, envolto em pó e cinzas,
Desagradado com estas supostas novas eras,
Rainhas utópicas, quimeras,
Salvadoras desse passado errado.

Esta sonolência contamina os recantos d'alma,
Outrora criadora, demolidora,
Aguçada tal lança que crava o alimento que fugia,
Tal ventania que destruía barcos e cidades,
Solidão desoladora,
Paz e calma exagerada acalmam e matam
estas raízes cortadas, sem as deixarem renascer.

Onde está a habilidade genuína,
essas gramas de sabedoria, de alquimia,
Tudo agora ruína, desfeito, sem vislumbres
de esperança, tal criança enterrada em escombros
de uma catástrofe natural...
Neste vosso mundo perfeito,
são meras preocupações vãs que vos preenchem,
Inutilidades, futilidades, que se penduram nos ombros...
Prefiro sentir a falta,
- Que o ar me escapa, por entre soluços debaixo d'água,
morrer a tentar, desistir somente quando já não controlo
cada veia que alimenta cada membro do corpo,
Neste silêncio absoluto, sou uma peste que se alastra,
a doença prolongada que vos puxa e arrasta,
Esse vírus invísivel ao olhar humano...
Tenho o poder de não ser visto,
e de não ser ninguém.

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