Umas sem início, outras sem os meios
e o fins pelo qual pessoas esperavam,
desesperadas, de fome ao peito,
De saliva seca, com mãos apoiadas na esperança
que morre em suspiros longos...
..Porque eu não sou português,
Eu sou Portugal, reunificado pelo Passado,
Pelas conquistas dos Mares E Oceanos,
Quando na apoteose me elevei além dos outros humanos,
Quando, com inteligência e conhecimento,
Passei o cabo d'além dor do desconhecido,
E inventei, construí, por todo esse mundo fora,
Das Américas, em espiral movendo-me mais longe,
Às Ásias, da pólvora às especiarias,
Da arte escrita, desse desassossego imortal
dos amantes que querem amar mais,
Do Auto Da Barca, por entre Mensagens,
Portugal é sofrer no fado genuíno que mais ninguém
consegue sentir.
Dos pastos e montes até à secura calma amarela e seca do Sul,
Dos vinhos, dos sabores saboreados, apurados pela experiência
Pel'alma rústica, mãos cansadas do trabalho, raízes de uma educação
baseada no respeito e na aprendizagem...
Mas como sempre, tanto fica por contar,
Contar por verdadeiro...
..Do Convento de Mafra, colossal obra física acima da terra,
E gravada para sempre num Memorial escrito,
para sempre na História.
Do Ramalhete a Sintra e os seus palácios, serras de terrores
e outras lendas; Coimbra e Braga e toda e cada cidade, vila, aldeia,
Onde a beleza descansa...
Do Porto e de Lisboa, onde cada pedra da calçada
Acrescenta um ponto e uma vírgula à essência de cada rua.
Mas como sempre, tantos ficam por se contar,
Tantos, mais dos que apenas uns poucos..
Eu não sou português.
Eu, sou Portugal.