domingo, 1 de dezembro de 2013

des-mem-bra-men-to

SENTI a falta de sentir este sentimento,
De quem recalca os confins da alma
numa maldade calma,
Tal faca que magoa pouco
mas que na realidade
está envenenada.

A poesia é só uma,
escrita dum passado,
canção da rua,
Pintura do que se vive
e do futuro.

Sangro negro neste sonho de ser maior,
E só na poesia se torna menos delirante
o surreal do chegar algum dia a ser,
Deus, deuses, pastores, videntes,
A esperança que não descansa mesmo
olhando as trevas.

Moldaram-se apartir de pequenas falhas
que julgam ser monstruosas,
Apenas isso, e apenas nada mais,
Mas eu, nasci nas trevas,
E mesmo essas trevas que me moldaram
São trevas dóceis
Em comparação com o rugido que sustende o mundo.

Para que os demónios possam brincar neste jardim
basta estarmos aqui, de olhos fechados,
Vontade seca, com mãos e pés em caminhos
errados...
Nessa passividade cega,
Sem amor ou ódio à verdadeira entrega,
Vivendo e criando falsas memórias rasgadas,
Num testamento para ninguém.

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