sexta-feira, 24 de maio de 2013

Inércia resiliente

...é absorvida...é aceite.

O pensamento estanca, assombrado
por todo o cansaço que não descansa,
Pela desilusão que fura a armadura
e trespassa pele e carne em forma de lança.
Nada dura, nem a chuva nem a secura,
Nada vive de intenções.
Duro é o custo a pagar por quem não avança,
à deriva, nesses mares, procurando
uma ilha de ilusões.

O sentimento sufoca, algemado nas mãos,
Preso nas asas, preso na garganta...
Tortura infligida por vontade própria...

Mundos mudos, ouvidos surdos,
Uma cegueira que se alastra...
Anjos caídos, anjos levantados
Nesse lugar tão improvável para se unir
o paraíso e o inferno.
O amanhã não chega, o amanhã não morre,
Mas a esperança escorre,
E o tempo corre.
Na essência humana está o mesmo velho do restelo
que sozinho finge sonhar quando já se rendeu ao pesadelo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito.

Ana

Diogo Garcia disse...

Obrigado "Ana", não sei quem és, mas obrigado pelo feedback.