sábado, 13 de outubro de 2012

locus horrendus ( I )

Cada gota de suor que escorrega
pelas costas é como se caisse em queda livre
numa velocidade muito lenta,
Grãos de areia, pesados e grossos
fazem com que a passagem pela ampulheta
seja extremamente dolorosa.
Este lugar não te é estranho,
Anjos algemados esperam pela decapitação
A sua esperança de estanho há muito
se rendeu a uma ilusão consciente.
Uma aura vermelha e branca
rodopia à volta do teu corpo,
tentas respira-la, absorvê-la,
mas é em vão, uma poeira cinzenta
aproxima-se, já mais próxima
compreendes que afinal é negra...
Tudo o que era certo e seguro
tudo o que era correto e aceitável
desvanesse em poucos segundos.
A realidade, tal como ela é
penetra nos poros da pele,
amostras de insanidade começam-se
a fazer notar. Estarias a dormir?
Quando acordas, depois de despertares
de mais um pesadelo, depois de despires
os lençóis suados, um arrepio
percorre os braços, o peito e a cara...
O pesadelo, que já não pertence ao sono, é ainda mais medonho.

1 comentário:

Lili disse...

«O pesadelo, que já não pertence ao sono, é ainda mais medonho.» Talvez se tenha tornado realidade..


Gostei, para não variar muito. Já não "te lia" há imenso tempo por isso foi um bom retomar com este texto.

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