terça-feira, 11 de setembro de 2012

prisão de Vidro e Gelo

O único desejo é que o tempo estivesse
parado, melancólico e sicronizado
como o silêncio prolongado que chega
depois de se ouvir os sinos de uma
Igreja. Aqui.
Nesta prisão física e mental
todos os movimentos que não foram
dados pesam de mais,
Todas as letras e palavras
que não foram ditas ou escritas,
A realidade está já ali, do lado de fora,
e observá-la sem poder vivê-la
é um sofrimento constante,
antes de inspirar, depois de expirar, durante.
O frio que rodeia o interior da prisão não é um frio
qualquer, não é daqueles frios superado com o peso
de tecidos, é um frio forte, capaz de gelar o Inferno.
Olha-se a realidade, o movimento do mundo,
e nada se pode fazer.
Se nos conseguissem ouvir, ouvir verdadeiramente,
talvez tudo fosse diferente.
Mas as pessoas não conseguem ouvir, não querem
ouvir.
Não se consegue escapar - e o transparente
do vidro é a metáfora contrária da não
transparência de quem vive fora dele.
Este local nasceu com o ínicio:
Alguns vivem nele por terem sido lá aprisionados...
Outros, (a maioria), desde sempre lá vive, sem nunca
se terem apercebido.

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