sexta-feira, 24 de agosto de 2012

No lesson learned

' Sometimes in life you feel the fight is over,
And it seems as though the writings on the wall, .. '

Sensações tão merecidas,
carícias ressequidas apodrecem esquecidas
dentro de quatro paredes fechadas
- Nunca existiu saída.
Culpamos os outros pelo excesso de ingratidão
Por não terem dado o valor
Por ser tão tarde agora...
Mas nada é o que parece ser
e agora já não adianta esforçar as pernas
empurrar os braços contra esse chão tão pesado
- Com ou sem ajuda é impossível voltar a erguer.
Repetição constante de uma desgraça que nasceu
no dia do nosso nascimento, lutando contra um vento
que nunca fez por se desviar.
E o que toda essa gente teme
é que a fraqueza e o errar
estejam enraizados no seu ADN. 
Os anos passam e voltam a passar,
as letras marcam palavras nessas quatro paredes
e nas paredes da alma
Fortes como quem as escreveu
fracas pelo vazio de actividade que são,
O que as mudará? A vida essa está morta
só nos resta negar mais uma lição.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

ataque De pânico


Os olhos assustados observam
trevas, movimentos acelarados
de passos dados em direção a um fim.
Garras afiadas e infectadas rasgam
a pele do peito, cravam carne
destroem osso, finalmente é atingido
o objectivo. Na ignorância da ingenuidade
está o perigo, acreditar sem ver, acreditar
sem sentir por completo,
acreditar numa sombra daquilo
que realmente existe. 
Estar morto é como ser-se deserto:
o calor é em demasia, e cansa e o silêncio
é infinitamente frio.
O sistema nervoso dá cordas à imaginação,
o coração aperta até ao tamanho de um pequeno grão,
e a dor é a consequência de uma vivência
exagerada na ilusão.
O barulho estica o comprimento da alma
até à sua exaustão, e enquanto esta não quebrar
tudo pode continuar...foi apenas mais um ataque de pânico.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Transcrições


Não existe origem diferente
daquela que já existia. Observam-se
as emoções, o vento das palavras, as ilustrações,
com detalhe tudo é assimilado
e são feitas transcrições.
Que falta de autenticidade.
Mas esta é a realidade.
Somos todos iguais, no bom, no mau
na igualdade. Transcreve e continua a viver.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

( 10 000 )



Dias, punhos no ar, lágrimas, sorrisos, abraços, beijos, quedas, pensamentos, palavras...Vinte mil olhos, dez mil visualizações. Obrigado

sábado, 4 de agosto de 2012

o Corvo


Todas as noites caio novamente - e se me levanto
é somente para poder cair outra vez. E outra.
Porque voar alto não me chegou. Porque deveríamos beijar
o céu, se um pouco mais acima está o sol?
Cai-se, cai-se abaixo da terra, onde as chamas
queimam e ardem à inferno.
Aceitei, o que me demonstraram por tantas vezes
ser o destino que um Homem deve aceitar,
ser destruído por ele era um desafio demasiado imenso.
E não se luta - não se deve lutar - as lutas estão guardadas
para os que devem sangrar - na busca do verdadeiro alimento.
Aceitação numa luta medíocre...e mesmo nessa
falta a força de ser lutada. Fraca, hostil, esta é a minha casa.
Orgulho ou pena são em vão
numa aceitação que foi assente na escolha.
Por muito que queime - e queima sempre,
na dura ausência de um verdadeiro alimento
sobram os restos mortais de tudo o que rodeia.
Voa, mas voa muito baixo, e chega ao longe que pretende,
tão só, tão perto, da tua janela - vestido de negro
na vastidão da noite - protegendo-te dos pesadelos
mesmo quando não sabes que lá está,
sozinho no escuro - e os olhos não se movimentam
para além de ti, deitada, num descanso sereno.
E o grito é o alongar da queimadura...e o pequeno consolo
é ver-te sonhar perante este horror cravejado de trevas da realidade...
Descansa, deves estar cansada. Aqui caio, aqui grito,
daqui vejo o teu nome, por detrás do vidro.