domingo, 24 de junho de 2012

omnisciência



Saberão os deuses, saberá Deus, mais um pouco,
perante toda esta minha arrogância.
Mais um dia, mais uma noite, 
num relógio com ponteiros que rodam parados,
momentos contados num calendário.
Toda esta minha ignorância.
Um movimento acelerado de quem se arrasta,
um sorriso de louco para quem se aproxima
e para aquele que se afasta. 
Por mim não basta. Nesta simplicidade em decomposição
nesta complicação vasta; onde os sonhos trocam
noites e as noites são divagações; rangendo 
pensamentos, crucificando escolhas.
Quem se lembrará destes nomes? 
Mais ninguém. Omnipresente, preso em dois lugares,
tão diferentes, comuns naquilo que fazem sentir,
e num perfume partilhado que não volta.
Perante toda a minha arrogância,
afinal que sei eu?
Quando penso saber, saber mais do que outros,
tudo se torna engano. E a certeza era tanta..
Nada. O nada é o denominador comum.
E as palavras começam a ser como incógnitas,
não se percebendo deixam de fazer sentido.
Não que me importe, não que precise, 
apenas queria. Não que me importe, mesmo
que precise, apenas queria. 
Afinal que sei eu? Nada. E nada
vale tanto como nuvens no céu nocturno. 
O medo de estar enganado consome tudo,
o sentir e o pensar, lutar ou recuar,
já não alimentam o ar forçado que respiro.

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