sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cognitive


ali chegou, pouco tempo depois
de ter terminado uma pequena farsa,
apesar de toda a raça humana ser feita de fraca matéria
é feita de fraquezas bem diferentes.
Ali onde a chuva deixou um rastro fresco,
agora pisado por tantos que dali não eram.
Mas o movimento e a luz citadina afugentam
a claridade e o mexer dos astros,
no ali, no algures,
no vazio do conhecido. Por isso

Subiu a rua, a perfeita rua da qual
nunca se pode cansar, porque não consegue,
caminhando sobre as pedras da calçada
na sombra da escuridão,
sem forçar mais do que o suficiente
a razão da procura, ou a pergunta
que perdura sem resposta.
o Deus é silencioso, respira
no respirar das gentes, e afasta
a impotência perante os outros
através de sinais que não existem,
é um Deus que não dorme.

Tomada pela realidade daquele momento
prefere parar. Será a vida assim tão complicada,
ou serão as pessoas assim tão pouco simples?
E a resposta está guardada...vai sangrando,
ao longe, ali, no algures,
sem entendimento, sem consciência,
tão só, ... até que o melhor caçador
corra e salte ao primeiro sinal
do cheiro do sangue da presa.
Depois do ataque tudo continuou igual,
ela sozinha, e a dor, ou a sensação mais próxima
e semelhante, à procura do que está tão perto.

2 comentários:

Sofia disse...

Sempre genial. Perco-me nas tuas frases e vivo os teus momentos à minha maneira...
Adoro!

João de Jesus disse...

Estimado
Honestamente é sempre um gosto acrescido vir ao teu blog ler o que escreves... Já não leio livros editados, com tanta boa literatura aqui em exposição quem precisa de gastar euros e ocupar espaço com livros físicos (claro que estou a exagerar)... Mas isto tudo para te dizer que és um dos autores eleitos para a minha leitura... Saudações literárias