quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

a n i q u i l a ç ã o

Carne. Doce, amarga, carne.
é aceite a negação;
passaram tantos dias desde
que coloquei as minhas mãos à tua vontade.
Tantos dias. Dias para aprender,
a evolução nasce
na morte de todo e qualquer sentimento.
no prazer, na dor, na sua dança,
na exclusão de cada sensação.
como se fosse evitado o pecado,
um demónio exorcizado,
por todos aqueles que vivem
na ignorância mais santa, na dormência
mais santa,
- em nome de uma mentira sagrada.
E para quê?

Fogo e gelo; consciente do desespero
de quem já não devia cá estar. E para onde ir?
Não há sentido, não há lugar,
- é como se tudo estivesse destruído.
Perfeita a peça esculpida
a frio, faminta no barulho
alimentada pelo ódio que seduz o mundo
esquecendo-se do silêncio.
- Esse pedaço desassossegado, essa partícula d'alma.

..não me teria hoje lembrado, mas lembrei,
continua, continua, continua, ignora agora Esse suspiro,

não será longa a demora
do Despertar de Pandora.

1 comentário:

Sofia disse...

Adorei. E, posto tudo o que disseste, e a que não posso acrescentar seja o que for, deixa-me dizer-te isto:

tudo muda num sopro. Nunca sabemos quando é que os ares se movem... Mas há um dia em que, do nada, os dados rolam e algo muda. E quando digo "muda", muda *mesmo*. Em absoluto, por completo. Plenamente.

Trust me... ;)

*