sábado, 13 de agosto de 2011
Negação
[Quando uma terra está seca à muito tempo...qualquer líquido que apareça é benvindo..E nem mesmo eu, nesta tentativa de fechar portas (porque nunca as consigo trancar de forma eficaz), consegui resistir a essa inspiração que se abateu por uns momentos. Agarrei-a logo, mesmo sabendo que voltaria a abandonar-me, para que por uns minutos pudesse escrever aquilo que mais ninguém vê, mas que todos acabam por sentir, independentemente da razão. Por isso este texto é como se não fosse meu, porque foi escrito por todos vós...Abençoado o momento em que o sol não se limita a cegar os olhos de quem já desistiu de procurar a luz.]
Se existe algo que ninguém viu
Esse algo nunca aconteceu?
Não existiu essa gota de mar
Que ninguém chegou a ver,
Desaparecida mesmo antes de aparecer,
Consumida por essa estrela quente
Nesse por do sol num braço curvado
Que protegia a face...
Esse sabor também é salgado,
E mesmo antes de ter sido derramado
Foi fingido esquecido,
Não se deixou largar ao mundo
(Por ainda não ser o seu tempo)
Largando mundos de sonhos que ficaram
Por derramar vivos.
E essa mesma lágrima viria
A poder cair nessa mesma praia,
Depois do sol fugir para dar lugar à lua,
Numa areia calma, ausente de esperança,
Na fome do alimento que falta,
Nessa beleza tão só das estrelas que
Dão magia ao céu...Nessa paz da nossa existência
Que não existe...Hipócrisia.
Deixem-me só, e não me culpem
Por gritar o nome, porque os nomes
Ajudam a pintar as faces das nossas histórias...
Tão só.
Poderia ter tudo para ser feliz.
Mas a solidão marca-me
Como o sol marca a minha pele
Em dias mais quentes,
E a saudade...é a saudade,
Relembra-me a verdade que não tenho,
Que não consigo voltar a ter.
Não tenho tudo para ser feliz,
Porque me falta o mais importante. E isto é a verdade;
Estar vivo não basta...
Não estou em negação.
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