Quando um Homem perde
a vontade de amar e perde a inspiração;
de nada valem esses movimentos
desse processo chamado respiração...
E vão descobrir que não importa
de quem é o poder de tudo isto;
não importam as não acções dessas não histórias.
Tudo o que pedimos
e sempre vamos pedir
é o apogeu de cada momento,
nessa folha verde e fresca que roça a brisa dos prédios
assim como vai descansar no mar
depois de acariciar a paisagem calma do
verde, dessas cidades mais pequenas,
desses rios...
Não me importo tanto agora,
recolhido em toda esta escuridão,
agora que já não me tolero mais...
Irónico...Cansei-me de mim mesmo,
não me odeio por não me tolerar mais
odeio-me apenas por ter chegado até aqui.
Estou exausto, são discussões interiores que
não me conduzem a lado nenhum
ou que só me conduzem de onde não quero sair...
Quando perdi a vontade de amar
ou perdi a inspiração
é certo esquecer-me de respirar com vida.
E as palavras vão continuando a sair...porque
isso faz parte do meu ser; mas vão saindo cada vez
mais fracas...pouco intensas...E a cor já nem o preto
manifesta. Incolor. Sem sabor. Amor e ódio à dor.
Vou-me alimentando destes pedaços de ser partido,
por vezes consciente de que estou vivo
outras querendo estar morto,
sem ter vontade em agarrar mais palavras...
Estou tão cansado...
Estou mesmo. E eu sei, que todos estes pesos
e torturas, e prisões que nos prendem de forma
silênciosa, muitas vezes são uma obra só nossa...
Mas somos feitos destas matéria,
somos esta camada triste de miséria...
A fonte da força chega a todos por caminhos diferentes,
e a solidão ou a companhia preenchem cada
um da sua maneira.
Se algum dia encontrarem a melhor utopia da vossa vida
(espero que não a percam!,)
e se a perderem
terão então de encontrar um caminho diferente
para não cairem nesse poço fundo
onde só existem restos de pedaços imortais
acompanhados da mortalidade do vosso corpo.
O ser humano é imperfeito de nascimento...
Disso nunca duvidei. Também o sou;
amo a ironia, e o exageramento;
o dar o melhor de si, e evitar o lamento;
e terei de quebrar algo na minha vida
até ela própria ser quebrada,
sinto-me quase tão vazio em escrever
como ficando quieto...
E olhos nos olhos
para com todos vós
desejo-vos
(e a alguns agradeço)
esse momento peculiar, único nessas correntes
quotidianas que nos fecham a luz
como as cortinas de uma janela
em que numa discussão
ou numa ligação menos certa de ideias
tudo termina, e tudo faz terminar
num beijo...
Poesia, por agora,
não sou mais teu.
domingo, 26 de junho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Δ
[Mesmo sendo estas palavras dispersamente processadas pelo meu cérebro, enviadas para os meus dedos...estas palavras não são minhas. Gostaria de ser um visionário, e conseguir calcular com eficiência matemática as razões desse dito tudo, abraçar a realidade com a certeza que sei mais do que aquilo que realmente sei...Se fosse um filósofo a minha matéria de estudo seria o concreto, a verdade, a frieza científica...Se fosse um ciêntista nada mais me interessaria do que estudar, com toda a minha força: o sentimento e as almas humanas...Só que eu não sou nada disso...por isso mesmo estas palavras não são minhas.] Delta
O ser humano rendeu-se
à mentira que pode controlar.
Neste jogo de ilusões não ganha
quem mais enganar, ganha quem mais se engana...
Força louca que faz virar mesas de mundos
até se revelar fraca e pouca.
Mas que interessa então a vontade de ficar mais
um pouco?
Se nesses corpos vivos reside um quase morto?
Procura-se um paraíso no inferno
como se o dia de hoje ardesse
no mais monstruoso calor.
Mas é lançada a moeda, mostrada ou escondida
a carta, e nesse complexo tabuleiro
(aos olhos da visão humana)
Deus sorri perante uma simplicidade inalcançável
aparente.
Afinal é tudo uma questão de sorte não?
Pois sejam feitas as apostas
e que o sonho mais alto não caia...
Os dados foram lançados.
Boa sorte.
domingo, 19 de junho de 2011
0.006
As palavras estão cravadas
a fogo e não há número que
as acalme.
Triste é o destino de quem
está dormente.
Na maior parte da minha vida
encontrei sempre nos números uma
exactidão utópica que pouco me alterava.
Mas agora a ironia do destino tem-se
revelado matemática...Onde costumava
querer sentir sinais, vendo, juntando,
agora só encontro crueldade divina.
Sinto agora o choro da criança que sente
a realidade exterior ao corpo da mãe
pela primeira vez. Consigo sentir a aresta
do verdadeiro e mais ilusório círculo...
As palavras nasceram para mentir mas
os números conseguem contradizer certezas.
Coloquem um ponto final na razão,
e alcancem o resultado final do sentimento.
a fogo e não há número que
as acalme.
Triste é o destino de quem
está dormente.
Na maior parte da minha vida
encontrei sempre nos números uma
exactidão utópica que pouco me alterava.
Mas agora a ironia do destino tem-se
revelado matemática...Onde costumava
querer sentir sinais, vendo, juntando,
agora só encontro crueldade divina.
Sinto agora o choro da criança que sente
a realidade exterior ao corpo da mãe
pela primeira vez. Consigo sentir a aresta
do verdadeiro e mais ilusório círculo...
As palavras nasceram para mentir mas
os números conseguem contradizer certezas.
Coloquem um ponto final na razão,
e alcancem o resultado final do sentimento.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Torniquete
[Sexta coligação literária contigo, e mesmo assim a elevação mantém-se, obrigado por esta excelente companhia. Para Joana GTH.]
Eu tentei matá-la. Eu tentei.
Estarei perdida por isso?
Tive de fazê-lo. Já não a suportava.
A dor era terrível. A perda foi enorme.
Estou a sangrar lentamente,
Tu eras a única coisa que impedia isso.
Eras tu que aparecias nas horas de
Escuridão; eras tu que me davas alento.
Agora já sem esperança, agora coberta
De escuridão, eu enfrento o meu destino.
Eu aceito o inevitável e deixo-me ir.
Entrego-me ao alívio que o sangue que
Escorre me deixa sentir. Já não há nada aqui.
Estes cortes e estas feridas dizem apenas
Que a salvação virá em breve. Ela virá.
E até lá, vão continuar a levar o melhor
De mim. O que restou.
Para trás fica a derrota, o arrependimento.
O putrefacto. A morte.
E eu tentei matá-la. Eu tentei...
Trancado em horas que se prolongaram
Em dias...Eu tentei. E só Deus sentiu
O sangue que sangrei...Sentei-me
Na dor; perdido, arrancando sonhos
À minha existência. O futuro já não é ambicionado,
E esta dor é a companhia mais fiel que tenho.
Sem esperança de ser algum dia recuperado
A fome de voltar a encontrar
É tão forte como a certeza de que estou vazio.
Por isso corro contra toda esta realidade
Até cair exausto por terra
Finalmente derrotado...
Beija-me esta ferida. Sara estas feridas.
Quanto tempo mais aguentamos nestas
Curas malditas que só me fazem piorar?
Ópio, lítio ou absinto...
No arrependimento, quando sentir
Que Deus chorou, nada mais interessa.
Maldição monstruosa esta, que faz o coração
Bater e desejar, tentar e perder,
E derrotar um universo inteiro
De perda e desilusão...
Mas eu...eu,
Mesmo respirando esta sombra,
Mesmo sendo enorme nesta escuridão...
Mesmo depois de tanto,
Sofro mais uma vez o erro
De voltar a querer acreditar...
Este acreditar já não me traz nada.
Estas palavras não têm significado,
A dor que carrego é mais que muita.
O fardo até aqui foi insuportável, mas
Eu carreguei-o pensando ser eterno.
Aguentei-o até ferir, até todas as forças
Serem drenadas do meu ser. Para quê?...
Ia inevitavelmente cair neste precipício,
Ia levar-nos à morte. A mim e a ti.
Não ia sobrar nada, só a cinza da escuridão,
Só a sombra da morte. Eu acabei.
Deus foi minha testumunha, só ele sabe
O que eu passei. Só ele viu o sangue
Que brotou de mim, dia após dia,
Lágrima após lágrima. E nunca o estancou.
Só me trouxe mais sofrimento, mais
Agonia, mais vontade de acabar com isto.
Ainda te lembras de mim? Após tanto tempo,
Será que ainda és capaz de ouvir a minha voz
A chamar por ti, a suplicar por perdão?
Estarei assim tão perdida ao ponto de não ver?
Estarei assim tão horrivelmente danificada
Que ao menor espinho cravado na minha
Carne julgo ver a face de um anjo caído?
Resto eu aqui, com o que sobrou de mim.
Com a réstia de esperança em trapos, com a
Miséria a escorrer por todo o lado. O rio de
Desespero já correu a meu lado e eu deixei-o secar.
Eu tentei matá-la mas falhei. Não consegui
Perceber que há muito que não existo.
Só finjo existir. Eu tentei matá-la. Agora desisto...
Enquanto essas almas choram
Sem saber e sem lugar;
Afogadas em névoa sem suspiro
Ou vento que sacuda esse todo
Deixando espreitar um caminho...
Nunca mais chega o dia
Em possa finalmente comtemplar
Sentado num banco, sentindo-me
Outra vez completo,
a cidade a viver
e o campo a descansar...Onde possa
abraçar faces diferentes
da mesma peça...
Esta é a dor, este é o sofrimento,
Neste sangue que enche as paredes
Da vida humana
Fazendo com que do sangue
Só possa surgir um e um só monstro,
Enquanto todos vós vivem outra dor,
Jorram outro sangue...
Nesta mágoa utópica.
E foi só aqui que desisti...
Quando compreendi
Que não precisava de um qualquer
Torniquete
Ou de outros apaziguadores...
Mas apenas de ti.
Eu tentei matá-la. Eu tentei.
Estarei perdida por isso?
Tive de fazê-lo. Já não a suportava.
A dor era terrível. A perda foi enorme.
Estou a sangrar lentamente,
Tu eras a única coisa que impedia isso.
Eras tu que aparecias nas horas de
Escuridão; eras tu que me davas alento.
Agora já sem esperança, agora coberta
De escuridão, eu enfrento o meu destino.
Eu aceito o inevitável e deixo-me ir.
Entrego-me ao alívio que o sangue que
Escorre me deixa sentir. Já não há nada aqui.
Estes cortes e estas feridas dizem apenas
Que a salvação virá em breve. Ela virá.
E até lá, vão continuar a levar o melhor
De mim. O que restou.
Para trás fica a derrota, o arrependimento.
O putrefacto. A morte.
E eu tentei matá-la. Eu tentei...
Trancado em horas que se prolongaram
Em dias...Eu tentei. E só Deus sentiu
O sangue que sangrei...Sentei-me
Na dor; perdido, arrancando sonhos
À minha existência. O futuro já não é ambicionado,
E esta dor é a companhia mais fiel que tenho.
Sem esperança de ser algum dia recuperado
A fome de voltar a encontrar
É tão forte como a certeza de que estou vazio.
Por isso corro contra toda esta realidade
Até cair exausto por terra
Finalmente derrotado...
Beija-me esta ferida. Sara estas feridas.
Quanto tempo mais aguentamos nestas
Curas malditas que só me fazem piorar?
Ópio, lítio ou absinto...
No arrependimento, quando sentir
Que Deus chorou, nada mais interessa.
Maldição monstruosa esta, que faz o coração
Bater e desejar, tentar e perder,
E derrotar um universo inteiro
De perda e desilusão...
Mas eu...eu,
Mesmo respirando esta sombra,
Mesmo sendo enorme nesta escuridão...
Mesmo depois de tanto,
Sofro mais uma vez o erro
De voltar a querer acreditar...
Este acreditar já não me traz nada.
Estas palavras não têm significado,
A dor que carrego é mais que muita.
O fardo até aqui foi insuportável, mas
Eu carreguei-o pensando ser eterno.
Aguentei-o até ferir, até todas as forças
Serem drenadas do meu ser. Para quê?...
Ia inevitavelmente cair neste precipício,
Ia levar-nos à morte. A mim e a ti.
Não ia sobrar nada, só a cinza da escuridão,
Só a sombra da morte. Eu acabei.
Deus foi minha testumunha, só ele sabe
O que eu passei. Só ele viu o sangue
Que brotou de mim, dia após dia,
Lágrima após lágrima. E nunca o estancou.
Só me trouxe mais sofrimento, mais
Agonia, mais vontade de acabar com isto.
Ainda te lembras de mim? Após tanto tempo,
Será que ainda és capaz de ouvir a minha voz
A chamar por ti, a suplicar por perdão?
Estarei assim tão perdida ao ponto de não ver?
Estarei assim tão horrivelmente danificada
Que ao menor espinho cravado na minha
Carne julgo ver a face de um anjo caído?
Resto eu aqui, com o que sobrou de mim.
Com a réstia de esperança em trapos, com a
Miséria a escorrer por todo o lado. O rio de
Desespero já correu a meu lado e eu deixei-o secar.
Eu tentei matá-la mas falhei. Não consegui
Perceber que há muito que não existo.
Só finjo existir. Eu tentei matá-la. Agora desisto...
Enquanto essas almas choram
Sem saber e sem lugar;
Afogadas em névoa sem suspiro
Ou vento que sacuda esse todo
Deixando espreitar um caminho...
Nunca mais chega o dia
Em possa finalmente comtemplar
Sentado num banco, sentindo-me
Outra vez completo,
a cidade a viver
e o campo a descansar...Onde possa
abraçar faces diferentes
da mesma peça...
Esta é a dor, este é o sofrimento,
Neste sangue que enche as paredes
Da vida humana
Fazendo com que do sangue
Só possa surgir um e um só monstro,
Enquanto todos vós vivem outra dor,
Jorram outro sangue...
Nesta mágoa utópica.
E foi só aqui que desisti...
Quando compreendi
Que não precisava de um qualquer
Torniquete
Ou de outros apaziguadores...
Mas apenas de ti.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
β
[Mesmo sendo estas palavras dispersamente processadas pelo meu cérebro, enviadas para os meus dedos...estas palavras não são minhas. Gostaria de ser um visionário, e conseguir calcular com eficiência matemática as razões desse dito tudo, abraçar a realidade com a certeza que sei mais do que aquilo que realmente sei...Se fosse um filósofo a minha matéria de estudo seria o concreto, a verdade, a frieza científica...Se fosse um ciêntista nada mais me interessaria do que estudar, com toda a minha força: o sentimento e as almas humanas...Só que eu não sou nada disso...por isso mesmo estas palavras não são minhas.] Beta
Existem memórias físicas espalhadas
pela mesa, pelo chão, pela cama...
São imagens, são pequenos escritos
em pequenos papéis...
Provas em como por momentos fomos
fiéis à vida, à vontade
do universo.
E todo este processo é constante e firme
como a base de uma pirâmide
como o pilar que sustenta
a certeza e a inevitabilidade da morte.
E esta realidade espalhada
à nossa frente
não está adormecida.
Ninguém consegue descrever de forma sublime
estes pedaços que juntos
são iguais a uma reconstituição de um crime.
Podemos saber quem são peões da história,
podemos não saber o porquê.
E a exactidão dos quandos nem sempre se sabe.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
α
[Mesmo sendo estas palavras dispersamente processadas pelo meu cérebro, enviadas para os meus dedos...estas palavras não são minhas. Gostaria de ser um visionário, e conseguir calcular com eficiência matemática as razões desse dito tudo, abraçar a realidade com a certeza que sei mais do que aquilo que realmente sei...Se fosse um filósofo a minha matéria de estudo seria o concreto, a verdade, a frieza científica...Se fosse um ciêntista nada mais me interessaria do que estudar, com toda a minha força: o sentimento e as almas humanas...Só que eu não sou nada disso...por isso mesmo estas palavras não são minhas.] Alpha
A perfeição está no pequeno,
no pormenor que um ou dois ou poucos mais
conseguiram ver...
E às vezes nem é preciso uma letra
(ou um conjunto delas)
frases enormes, aparentemente profundas
e preenchidas de conteúdo...Por vezes basta uma melodia,
rugida do coração para outro coração,
tudo isto sem palavras...um silêncio mais elaborado
capaz de fazer estremecer ou de aconchegar a alma.
A atracção aparenta ser idílica...
E somos enganados...
Onde está a verdade? A que faz tremer a essência
dos nossos músculos? Não é o medo de ser uma
primeira vez...de ser outra vez...é um medo que nasce
por sabermos que não importa tudo o resto...porque
esta
é
única.
Tomar os actos maus de alguém como certos
pode ser sabedoria...mas ter-se certeza
na impossibilidade de sentir a bondade humana,
a sua capacidade para conseguir outra vez tudo,
de forma ainda mais forte...é ignorância.
Alguns querem dizer tudo o que lhes escorre por dentro
do corpo..porque vão guardando e aguardando...
Um dia a explosão é tudo menos iluminada.
E o desagrável cheiro chega-nos de carne humana
despedaçada, no chão, à espera de ser apanhada
e se a sorte soprar nos ventos da vossa estrada:
novamente reunida e encaixada.
Hoje dizes-me...Sei que nem tudo será fácil...
(Quem pensa isso afinal?)
Os problemas aparecem
(e voltam a desaparecer)
e tudo parece girar sem fim......
(Se o perfeito não dura sempre, porque haveria de durar o mau?)
Mas apesar de tudo vir a sofrer
(normais) danos e de ferir a ideia de uma perfeita esfera
não poderia deixar...de te dizer...
que seria um erro...não ficar contigo...
até um sempre. Porque eu quero.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Ω
[Mesmo sendo estas palavras dispersamente processadas pelo meu cérebro, enviadas para os meus dedos...estas palavras não são minhas. Gostaria de ser um visionário, e conseguir calcular com eficiência matemática as razões desse dito tudo, abraçar a realidade com a certeza que sei mais do que aquilo que realmente sei...Se fosse um filósofo a minha matéria de estudo seria o concreto, a verdade, a frieza científica...Se fosse um ciêntista nada mais me interessaria do que estudar, com toda a minha força: o sentimento e as almas humanas...Só que eu não sou nada disso...por isso mesmo estas palavras não são minhas.] Omega
Alguns...alguns..
São poucos os que encontram num incêndio
na noite um ponto luminoso. Uma luz que progride
em direcção aos céus mais escuros...
A inevitabilidade da morte serve-me de paz interior.
Tudo o que posso fazer é deixar a vida
dos que ficam por este terreno
melhor e menos pesada
pela incompressão da minha partida.
Quando penso multiplico-me.
E os resultados são variados.
Ao ritmo destes tambores que batem de forma
sincronizada, vou absorvendo
a melodia hipnótica, e deixo-me ir,
absorto no meu verdadeiro eu.
E é aguçada essa ponta afiada
que enterra na carne, dando-nos a oportunidade
de amar momentos e odiar esquece-los;
O amor é a melhor sedução...
Mas quem não quer amar também a carne é fraca,
seduzida por essa mesma carna exterior,
que nos alimenta os sonhos
até acalmar o desejo...
Quem procura uma ilha temporária
para se manter vivo
vai acabar no sofrimento...
Existem coisas que não se substituem.
Existem verdades que não se dizem.
Existem peças que não vivem
a harmonia de estarem finalmente encaixadas.
Alguns...
Alguns..suportam melhor o vazio
(do que outros).
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Labaredas frias
Sou uma porta de entrada
sem forma de saída...
Fui e serei sempre uma peça inacaba.
O meu peso afoga-se debaixo d'água,
fiquei presa ao teu calcanhar
e contigo desci a esse lugar onde
não existem tréguas...nesse lugar
onde todos lutam por lutar cada vez menos
em crescentes movimentos
mesmo estando em areias movediças...
Terei força para vencer sozinha?
Quando me seguravas
o sentimento nem me deixava pousar os pés
no chão...e a razão caminhava de mão dada
com a minha. Tudo ficou queimado;
tudo ficou desabitado, e é impossível a sua recuperação.
Mesmo quando se agita o meu corpo
neste mar condenado, e sou levada sempre para o mesmo lugar,
ainda acredito que tudo possa voltar.
O vosso beijo, e o vosso abraço...as vossas palavras
E as vossas soluções...em nada me conseguem alterar.
A culpa não é vossa. Nem é minha.
Por isso não peço ajuda para esquecer
ajuda para deixar ir de vez
nem ajuda para recomeçar.
Encurralem-me mais, queimem-me com essas
labaredas que já congeralam de tão frias serem,
matem-me!, para que sozinha possa finalmente
mentir de consciência mais leve.
Essa sombra que te perseguia...agora está
atrás de mim, e em cada passo que dou
sinto-a.
E quando relembro
sinto ainda mais este vazio
nas cavidades enormes da minha alma...
A carne não sofre queimada...aos poucos
a hipotermia silência a respiração...
Se pudesse voltar atrás
ficaria no sossego
ou sonharia com a mesma paixão?
(Para que tudo se calasse
ou se mexesse
mas não me enlouquecesse
nestas sensações que ardem sem fim...)
sem forma de saída...
Fui e serei sempre uma peça inacaba.
O meu peso afoga-se debaixo d'água,
fiquei presa ao teu calcanhar
e contigo desci a esse lugar onde
não existem tréguas...nesse lugar
onde todos lutam por lutar cada vez menos
em crescentes movimentos
mesmo estando em areias movediças...
Terei força para vencer sozinha?
Quando me seguravas
o sentimento nem me deixava pousar os pés
no chão...e a razão caminhava de mão dada
com a minha. Tudo ficou queimado;
tudo ficou desabitado, e é impossível a sua recuperação.
Mesmo quando se agita o meu corpo
neste mar condenado, e sou levada sempre para o mesmo lugar,
ainda acredito que tudo possa voltar.
O vosso beijo, e o vosso abraço...as vossas palavras
E as vossas soluções...em nada me conseguem alterar.
A culpa não é vossa. Nem é minha.
Por isso não peço ajuda para esquecer
ajuda para deixar ir de vez
nem ajuda para recomeçar.
Encurralem-me mais, queimem-me com essas
labaredas que já congeralam de tão frias serem,
matem-me!, para que sozinha possa finalmente
mentir de consciência mais leve.
Essa sombra que te perseguia...agora está
atrás de mim, e em cada passo que dou
sinto-a.
E quando relembro
sinto ainda mais este vazio
nas cavidades enormes da minha alma...
A carne não sofre queimada...aos poucos
a hipotermia silência a respiração...
Se pudesse voltar atrás
ficaria no sossego
ou sonharia com a mesma paixão?
(Para que tudo se calasse
ou se mexesse
mas não me enlouquecesse
nestas sensações que ardem sem fim...)
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