Pelo terceiro olho.
São essas brisas raras
que me seguram esta fome monstruosa
de atropelar cada vez mais almas...
Os anjos são crianças que foram tiradas
ao mundo demasiado cedo...
E o seu suspiro, a brisa que nasce
ao baterem as asas,
faz com que o pensamento
e o coração cruzem o mesmo caminho...
Ali, rodeado de vida, e por muito escuro
que estivesse, não consegui ver esse reflexo
espalhado no céu...não consegui alcançar as estrelas,
nem a lua...
Já não espero nada...sinto por vezes,
próximo o suficiente de mim para o sentir,
um anjo caído. Não sei está cansado
ou com alguma asa ferida...Ele escolheu o silêncio
para comunicar, porque o silêncio é a única
língua que consigo falar.
E o mesmo silêncio acompanha
lágrimas pesadas que de forma escondida
se vão escapando da alma...
Por um pouco menos de paz,
por um pouco mais de loucura,
onde o verdadeiro amor amordaça a tortura...
As lágrimas que cairam desapareceram no chão;
as que ficaram por cair
seguiram viagem
para essa fonte por detrás da lua
onde alguns anjos tocam as mais tristes melodias
e onde descansam as asas...
Eu procuro o terceiro olho
para ficar com três...
e tu com dois, afinal até onde vês?
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