Quem és?
Alguém que não queria ser.
Uma gota de esperança cai amortecida
nesta existência.
Esta era uma terra que já esperava anciosa
por sementes; esta terra sossegou
e sonhou, estava preparada para ser fértil.
A terra repousa mais um pouco...
Um pouco mais árida.
É demasiado sol, é muito calor,
e é a chuva, e o vento,
destruição total de uma colheita
de sementes que ainda nem sequer foram plantadas
nem cresceram.
Mais próximo do que aquilo que eu queria
mais longíquo do que aquilo que esperavam
uma semente é lançada aos ventos
na esperança de aterrar em solo tão esperado.
Podem esperar...
Continuem a esperar.
Um dia tudo morre
e nada mais resta que o silêncio
preenchido de ecos que ficaram por gritar.
Mas esperem mais um pouco...
Continuem a esperar.
1 comentário:
Adorei..Hoje disseram-me que a verdadeira arte desperta sempre algum tipo de sentimento, até mesmo nas mais primárias imagens, pinceladas ou simples palavras e vírgulas. Ao ler este texto senti as sensações do deserto árido que espera pela sua semente tão necessária, tal como a semente também espera pelo seu solo (inerente à sua existência). Acho que senti até o peso dos ponteiros do relógio, tão característico da espera. Adorei mesmo, continua sempre a esperar por favor. :)
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