sábado, 2 de outubro de 2010

Distúrbios vitais

Ænima

...alguém desligou o sol. E outro alguém esqueceu-se
de acender a lua, ficámos no escuro,
mas não foi um escuro duradouro.
Alguém se lembrou de unir pedaços de madeira
e com a força de mãos humanas
através de o forçar de atrito
criar uma chama, uma acção,
e ficámos a rodear uma fogueira.
A maioria nunca fará a mais pequena
ideia de como tudo aconteceu.
Censurada será a história de quem se uniu
ao pôr de um sol que desapareceu sem deixar rasto
de uma forma estranha
e de quem viu a lua nunca respirar...Está escuro, mas
não o estará por muito tempo...
Sinto-o,
sentiste o mesmo que eu?

A respiração acelerou
o mundo deixou de rodar, perplexo na sua calma,
e todo um silêncio perdeu-se no preencher de um vazio...
Tudo o resto nunca será história contada,
tudo o resto é o espaço vital
de quem quis matar e fazer sangrar,

tudo o resto é o que sobra nas mãos de quem viu
o sol morrer de forma diferente,
e uma lua que nunca nasceu,
O coração do guerreiro silenciou
toda a luz que poderia existir,
e o distúrbio
nasceu e morreu
no mesmo instante que se deu.

Ænima

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