domingo, 20 de junho de 2010

Testamento da razão - a Secura


"Almas vagueiam na escuridão do mental eclipse..."

É isto que permite às almas evoluírem?
A minha gargalhada finda
num silêncio frio
quase nu, como o mendigo que ajudei ontem...
É isto que vocês querem?
Acabar rasgados? Juntamente com os erros?
Preferem o fácil
ao que vos exige alguma luta?
Estou SECO.
Não me chega a água toda deste planeta.
ESTOU seco. Uma secura sem fim à vista,
sem conclusão, sem nada, estou
apenas
seco.
E morreu a razão...
Deixou para trás todo um testamento,
onde separou todas as inteligências
toda a parte intelectual deste mundo.
E eu encontro-me seco.
Li mais tarde que este testamento
guardava todas as inovações, todas as conclusões,
todas as soluções, todas as verdades
atingidas...
Mas sobrou na minha mão
a única verdade desses que ousaram mais:

a coragem de fazer do vosso pensamento
uma acção realizada,
concretizada.
O que era sonho
passou a ser realidade.
Rasgo folhas na secura da minha não arte.
As palavras afogam-se numa água que não vem...

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