terça-feira, 8 de junho de 2010

Prisão de silêncio

Falta-me algo. Sinto-o.
Tenho a certeza. Logo eu, que raramente
a encontro.
Falta-me algo.
Quando acordo para esta realidade
vejo-me a rir bem alto
e os que reparam em mim
chamam-me doudo.
E eu fico nesta vergonha
de ser considerado doudo.

É como se estivesse fechado numa sala
encostado a uma parede branca, sentado,
onde todas as outras paredes também são brancas,
um tecto branco, e eu vou-me sufocando,
e olho com atenção, a todo o segundo,
as paredes brancas, à espera que uma mancha
ou ponto que seja apareça nela...
Eu espero um sinal.
Porque eu espero sempre.
Um sinal.

Disseram-me que a dor é uma ilusão?!
PROVEM-NO!

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