Nota(e desta vez apenas nota): No meu último texto vagueei por várias coisas, sem grande ordem nem lugar. Desta vez, estou mais arrumado, apesar de me manter ligeiramente perdido. Já senti, e sei-o bastante bem, o tempo cura tudo. Tudo. Mas mesmo assim...Até quando?
O romantismo matará o homem. O ser masculino. O amor de um homem irá revelar-se devastador, quer para o seu próprio bem ou para o mal. É a realidade.
Hoje tive uma das tardes mais deprimentes que me recordo. A pessoa com quem estive de nada teve culpa, agradeço desde já a companhia, e compreensão, e ainda o ter sido eu próprio apenas um ouvinte, amigo, mas apenas isso, a minha impaciência de sentimento colocou-se numa fúria tal, que fiquei quase que atordoado, ficando a partir desse momento fora de qualquer contacto com os outros, absorto na minha vida, e na minha fome.
ÀS vezes tentar seguir enfrente é desde logo uma coisa muito má. Porque por vezes não é enfrente que está o verdadeiro caminho, mas sim no voltar atrás, e reconstruir tudo de novo. As pessoas por vezes ignoram isso. E eu, talvez sim ou talvez não, (depois de hoje fiquei confuso), também cometi esse erro.
"Só a quero olhar nos olhos, e rir-me com ela, nem que seja uma última vez...". Como eu te compreendo. Estes momentos, depois de passados, são horríveis, se forem a última vez, principalmente senão soubermos que são a última.
O ser humano no que toca a relações com outros seres humanos, costuma falhar sempre num ponto, um erro básico, que virou frase tipo dos mais sábios: só damos valor às coisas(pessoas) quando estas já cá não estão. Aí está algo, que me orgulho de dizer, não sou como vocês. Até hoje não cometi esse erro, nunca. Dou sempre valor a tudo, de forma única, aberta, mas agarro com força, e com amor. Nisso, não me poderão nunca apontar o dedo. Quando me sinto próximo, seja de quem for, não preciso de sentir o seu afastamento para lhe dar valor, ou mais valor, porque para mim, estar do outro lado, é o melhor que posso ter, e toda a minha alma, e necessidade, estão assim alimentadas.
Outro erro, que infelizmente encontro em muito boa gente que amo ou amei, (outra falha humana que graças a Deus, talvez por o ver tantas vezes ser cometido, não o cometo, nunca) é a capacidade das pessoas, para não se agarrarem\darem valor a quem mais lhes dá (menos fere, mais apoia, milhares de etc), a quem esteve sempre ao pé delas, a quem se esforçou por ajuda-las, a quem as ensinou, educou, amou de forma quase incondicional, a quem as respeitou, a quem se orgulhou, a quem com a verdade ajudou sem ajuda da mentira, para dar mais atenção a pessoas que simplesmente, não merecem.
Sim, eu sei, todos nós temos várias oportunidades, mas a realidade é que existem pessoas que deviam ter mais a "atenção" a quem de facto as merece, seja em que contexto for, do que a pessoas que apenas vão e vêem, ou vão e não voltam, ou voltam para fazer mal, ou seja o que for. Na vida, se nos direccionarmos para o que menos é valioso, acabamos por no fim, sair a perder, o mais triste é só nos apercebemos disso quase é demasiado tarde.
Um homem, quando ama, faz loucuras. Amar é ser-se louco. É arriscar ir contra os que não percebem sobre nós, é ouvir a palavra de amigos ou familiares que de facto conhecem a nossa história, e que nos conhecem realmente.
Quando se ama, não se é cobarde, pelo menos quando se tem alguém do outro lado.
E ser-se louco, pela vontade de amar, justificada ou não, apreciada ou não, é correr um país para se olhar nos olhos, com toda a vontade no mundo de se resolver tudo, com a esperança no bolso, é surpreender, é esperar por alguém à chuva, seja qual for o tempo da espera.
Um homem quando se esforça não é para dar beleza visual a ninguém, apenas se esforça para se sentir bem com ele próprio, e se possível agradar à sua outra metade. Cada gesto significa algo, e todo o gesto é importante.
(Hoje, sentado numa mesa de um centro comercial, depois de tanto ouvir, de tanto acabar por pensar em mim, na forma brusca de algo belo ter ruído, só queria chegar a casa e escrever. Agora, nesta hora mais que tardia, tento apenas reconstruir tudo aquilo que senti hoje e tudo o que quero gritar. Mas é um processo complicado. Querer mais do que aquilo que posso ter, e segurar algo que já não me está à mão. Eu, que adoro viver, e que incentivo uma alegria a quem posso, acabo por pensar: rais parta esta vida.)
Conheço algumas pessoas, (três para ser exacto) que procuram a pessoa perfeita. Hoje estão sozinhas. Sem ninguém. Focam-se não em encontrar a pessoa perfeita para eles, mas sim uma pessoa perfeita. Estão sozinhos. E dessa forma, para sempre ficarão. Ninguém é perfeito. Mas existem pessoas que se ligam, que nos conhecem, que se deixam conhecer, quando damos por nós são uma parte de nós, e queremos ficar ligados a elas, pelo menos até à morte. O mundo é belo, ou não, mas perfeito nunca será, nada é perfeito, nada é um circulo, mas para lá se pode caminhar. Evoluir. Evolução. Elevação.
Hoje vi um homem, apaixonado, com força e criatividade para lutar por quem ama. Invejei-o. Apesar de já ter passado pelo mesmo que ele, e ter de certa forma fracassado, não o olhei com pena. Senti-me feliz, e adorava estar no lugar dele. Ter ainda na minha mão cartas altas, não um bluff, mas cartas de facto valiosas, disposto a apostar tudo, fosse qual fosse o resultado. E tudo isto me fez quase chorar, afinal de contas, terei eu ainda, sem saber, de forma consciente, cartas ainda por jogar? Terei eu pensado ter sofrido um xeque-mate quando na verdade foi apenas um cheque? E foi assim que passei a minha tarde. Outra vez uma saudade imensa tua. Outra vez. Não voltou, sempre aqui esteve, mas tenho combatido aos poucos. Com ou sem sucesso apenas o tempo o dirá.
Já passaram trezentas e trinta e seis horas. Bem o sei. Todos sofremos. Bem o sei, a vida continua, e todos temos os nossos afazeres.
Mas sinto falta. Tua. Uma voz. E um estado de calma e alegria profunda que me invadia todo o corpo, restando-me apenas, ser feliz e sorrir perante tudo. E quando não sorria, sabia que mais tarda acabaria por o fazer, porque tudo tem solução e tudo tem uma ajuda própria, seja qual for a sua fonte.
Descobriste que não era uma solitária.
Já somos dois..
Mas isto por si só não prova nada, não significa nada.
Dizem, que o verdadeiro amor, se nota num beijo.
Fico ainda mais confuso. E acabo por perder o meu tempo a pensar nisto. Para quê?
Mas quero. Até quando?
Estou farto de escrever sem chegar a grandes conclusões.
"O homem tem sempre uma pequena esperança." Gostei de ouvir. E é assim de facto, mas neste momento, tento matar ou ignorar ou reavivar essa pequena esperança. Meu Deus.
Por uma lado sim por outro não, quem diria, eu um contraditório. (Sempre o fui. Para quê mudar agora?)
Quem ama aceita tudo, e qualquer maneira de ser, e amar não significa mudar o outro ou ser-se obrigado a mudar, apenas e só apenas, se isso for uma melhora, uma subida na escada.
E não se pode lutar por alguém a quem a chama já se apagou ou se vai apagando. A única solução é se a chama não estiver morta, e for sentida, e se for sempre que possível fortificada. Mas então...Quero dormir. Já se faz tarde e quero o que não tenho. Amanhã talvez me alongue, se algo me faltar.
Boa noite, dorme bem.
1 comentário:
Este texto fez-me tudo: revoltou-me, relacionou-me com essas palavras, fez-me sorrir, fez-me sentir triste.
Mas há coisas que tenho mesmo de dizer. A primeira, é que talvez tenhas de ter mais atenção porque dizes que não cometes esses tipos de erros que todos cometem, mas estás enganado. A segunda é que sim, as tuas cartas acabaram, sofreste o cheque-mate e devias estar contente por esse jogo quase doente, no final, ter acabado.
Como terceira coisa, gostei, no fundo, do texto, embora me tenha sentido um pouco "não sei quê". Isso significa que gostei do texto, mas não da forma como foi escrito e muito menos sendo escrito por ti.
«"Só a quero olhar nos olhos, e rir-me com ela, nem que seja uma última vez...» de quem é?
Mas compreendo o sentimento, e sei que não pode ser condenável. É simplesmente humano.
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