Não que queira, não que me tente,
Simplesmente não...Porquê?
Não sei porquê...ninguém me conta os segredos da vida,
ou os descubro por mim, ou nunca os saberei ao certo.
E nesta andanças estranhas, pouco ou nada posso descobrir de facto...
Pena? Não a tenho, tenho apenas pavor, de ficar a segurar no vazio
mais tempo do que aquele que queria.
E preencher vazios, vazios cheios de nada, é algo pouco...
Quero dormir, mas não consigo, quero sonhar e sonho mal,
Sonho mal e sonho acordado, na verdade de não sonhar realmente.
E se me entristece, é porque que queria que fossem reais,
Reais como as linhas que definem um rosto, e o sorriso que se some,
depois de um dia feliz.
Não procuro ignorância na fantasia, procuro uma razão de lutar um pouco mais..
Mesmo que esse pouco, mova tão devagar como o crescer das pedras,
Mas as palavras seguram-me nesta emoção seca,
Que não me mata mas que não me torna mais vivo,
E ser-se vivo é querer mais do que aquilo que se pode ter...
Escrevendo vou dizendo o que devo, e eu nada devo a mais ninguém,
Mas queria dever tanto.
O sol perturba-me a visão, mas agradeço cada raio de luz,
Que me aquece os dias, e os passos nestas ruas.
A cor sempre nasceu bela, e relva do sossego, naquela paz natural,
Agrada-me por dentro.
E dito isto, fico a pensar mais um bocado.
Enquanto penso, também faço, mas muito devagar...
Quero...
E quero...
E quero.
Quero.
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