terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Interior do vértice


Vou fugir daqui, para mim esperar
É fraqueza, esperar é sofrer.
Vou ficar aqui, descobrir sozinho
É desconhecer, é ausência de beleza.

Vivo neste recanto escuro onde se encontram as esquinas,
As melhores sensações da vida são arestas
Que se unem num harmonioso vértice.
Eu moro do outro lado.
Num recanto escuro onde se acumula o pó,
O silêncio, a sujidade, o pensamento.
Conversar sozinho é para mim ciência
É uma arte que faço por aperfeiçoar.

Sei de cor cada prazer vosso,
Cada sorriso, cada razão de alegria.
E enquanto aguardo, sem vontade
De género algum, vou sonhando estar entre vós.

E eu não sonho com uma paz impossível,
Nem sonho com o cessar de guerras impensável,
Tão pouco sonho com a igualdade entre todos.
Eu sonho todos os dias que este sólido geométrico
Expluda em várias direcções diferentes,
E que quando chegar a hora de o voltar a montar
Alguém se engane e coloque os vértices ao contrário…
Só isso…
Só … isso…

29/12/08
Possivelmente o último poema de 2008... É um resumo? Sim e não. Não é o melhor poema para acabar um ano, mas também não é o pior. Que venha então um ano bom para todos, muito melhor. Que seja um ano de inspiração, mas mais importante ainda, de acção.

1 comentário:

Joana disse...

As únicas palavras que tenho a dizer (para não me repetir muito) são que está muito bonito (o poema e a fotografia) e que me apela muito porque 2008 foi um ano que necessitou de muito balanço, entre o muito bom e o muito mau que aconteceu. *