quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ao sabor da insónia



Escrevo-te esta carta
Como justificação dos meus actos
Que nunca passaram de meros pensamentos.
Queres ficar a ler ou vais-te deitar?
Ao sabor do que me move a vontade
Vou escrevendo palavras para ti.
O sabor é de quem escreve palavras
Várias para serem lidas,
Apesar desse dom ou maldição
De cada palavra ser aceite de maneiras diferentes.
Até que ponto abdicas de tudo o que tomas por certo?
Gostava que te libertasses de tudo o que te prende.
Tudo. Tudo o que prende. Deixa-te ir…ao sabor.
Não te precipites mas também não hesites,
Deixa que esse sexto sentido te guie.
Deixa-te cair se te vais levantar mais forte.
Não aguardes, dá-me uma oportunidade,
O céu que te quero mostrar é o mesmo que todos vêem
Mas visto da minha perspectiva.
Tudo o que é meu é tudo o que eu te posso dar,
Não tenho o poder de tirar os defeitos a nada
Mas posso colorir o que o que não tem cor.
Vem comigo rasgar o que tomas por certo,
Dançar à beira rio ou respirar o fim de tarde
À luz do fecho das ruas.
Acabarás por saber viver
Quando aceitares que um dia vais morrer.
Não te comovas, o mundo não merece
Uma lágrima que desça desse suave rosto.

O frio evapora-se do meu corpo
Enquanto caminhas para mim,
Afinal sempre vieste.
O sol brilha como sempre brilhou
Mas hoje olho-o com mais beleza,
Com menos rancor de mim próprio.
As pedras que hoje sinto por baixo dos meus pés
Parecem mais alinhadas, mais perfeitas.
São as linhas que a minha alma esboça
E o que tem de ser…tem muita força.

17/12/08 - 02:53
Volta a escrever algo bonito às 03:00. Não sei, o que achas?

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