sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Culpado(d'A outra face)

Ouves o barulho da rua
Enquanto caminhas decidido
Ou de pés arrastados.
Algo te deixou enervado.
Ou és tu quem culpa
Ou és tu o culpado,
Mas o que interessa isso?

Pegas com as duas mãos
Na arma e aponta-la
Para o céu:
Neste mundo não há
Inocentes nem réus!
Se existe Deus não o vejo,
Se Ele não existe
Alguém vai ter de me responder.

Quero lá saber de todos,
Detestei ser bode expiatório
Agora procuro outro.
O culpado acabará por pagar.

Ninguém escapa impune
De fazer mal a alguém.
Quem pensas tu que és
Para mover peças
De um tabuleiro que nem sequer é teu?

Sou ateu só quando me dá mais jeito,
Prefiro procurar no dicionário
O conceito de perfeito.

Olhos cor-de-ódio-raiva
Faíscam, abusam da razão
Como se fossem sábios.
Os sábios já morreram
Viva a Era dos computadores.

Incomodo mais que preto
No branco e vice-versa,
Se queres encontrar o
Culpado não fujas e conversa.

A loucura é controversa
Mas quem é louco descobre depressa
Que só vale a pena viver
Sendo-se louco até morrer.

1 comentário:

Joana disse...

Assim que comecei a ler este poema, identifiquei-me uma vez mais com ele, e reparei que com o teu dom é fácil expressares-te. Descreves a sociedade como ela é, e consegues ao mesmo tempo escrever algo bem feito. Parabéns :)