Ouves o barulho da rua
Enquanto caminhas decidido
Ou de pés arrastados.
Algo te deixou enervado.
Ou és tu quem culpa
Ou és tu o culpado,
Mas o que interessa isso?
Pegas com as duas mãos
Na arma e aponta-la
Para o céu:
Neste mundo não há
Inocentes nem réus!
Se existe Deus não o vejo,
Se Ele não existe
Alguém vai ter de me responder.
Quero lá saber de todos,
Detestei ser bode expiatório
Agora procuro outro.
O culpado acabará por pagar.
Ninguém escapa impune
De fazer mal a alguém.
Quem pensas tu que és
Para mover peças
De um tabuleiro que nem sequer é teu?
Sou ateu só quando me dá mais jeito,
Prefiro procurar no dicionário
O conceito de perfeito.
Olhos cor-de-ódio-raiva
Faíscam, abusam da razão
Como se fossem sábios.
Os sábios já morreram
Viva a Era dos computadores.
Incomodo mais que preto
No branco e vice-versa,
Se queres encontrar o
Culpado não fujas e conversa.
A loucura é controversa
Mas quem é louco descobre depressa
Que só vale a pena viver
Sendo-se louco até morrer.
1 comentário:
Assim que comecei a ler este poema, identifiquei-me uma vez mais com ele, e reparei que com o teu dom é fácil expressares-te. Descreves a sociedade como ela é, e consegues ao mesmo tempo escrever algo bem feito. Parabéns :)
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